O ex-diretor-adjunto da , Alessandro Moretti, afirmou nesta quarta-feira, 31, que o órgão colaborou com as investigações da Polícia Federal (PF) sobre a suposta “Abin paralela”. Moretti foi exonerado na terça-feira 30.
Em nota, o ex-diretor-adjunto destacou que, durante sua gestão à frente da agência, a Abin conduziu uma apuração interna sobre o uso da ferramenta First Mile. Disse também que “grande parte do material que instrui o inquérito da PF é fruto da apuração conduzida com total independência na Abin”.
“Venho a público para esclarecer que, após minha determinação, na época como diretor-geral em exercício, foram iniciados os trabalhos de apuração interna relacionados ao uso da ferramenta, com a instauração de sindicância investigativa pela corregedoria-geral”, ressaltou Moretti. “Todo o material probatório coletado e produzido pela Abin foi compartilhado com a Polícia Federal, que também teve atendidas todas suas solicitações à agência.”
A ferramenta First Mile, um software adquirido durante o governo de Michel Temer, teria sido supostamente utilizada na Abin para monitorar ilegalmente servidores públicos, jornalistas, advogados, policiais, políticos e até juízes, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Moretti ainda destacou que a agência está em fase de transição, adotando medidas para modernizar sua estrutura.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou Moretti na terça-feira. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União.
A decisão ocorre depois de mais um desdobramento da Operação Vigilância Aproximada, que investiga um possível esquema de espionagem ilegal. A investigação envolve Alexandre Ramagem, ex-diretor da agência, e Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e vereador pelo Rio de Janeiro.
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Moretti, delegado de carreira da Polícia Federal, ocupou o cargo de diretor de Informação e Inovação da PF no governo Bolsonaro. Sua permanência como diretor-adjunto tornou-se insustentável diante das suspeitas de que a cúpula da Abin agiu para dificultar as investigações da PF.
A Polícia Federal alega que a agência dificultou o acesso a dados sobre o software First Mile.
Fonte: revistaoeste