A desvalorização da arroba do boi nos últimos meses, somada as adversidades climáticas, que também prejudicam a pecuária, são alguns dos fatores que seguem tirando o sono do pecuarista mato-grossense. A preocupação maior dos criadores é quanto à capacidade em honrar os compromissos financeiros, especialmente para aqueles que buscaram crédito para custear e expandir suas operações.
Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que em 30 de janeiro de 2023 a arroba do boi gordo em Mato Grosso estava em média R$ 226,95. Passados 12 meses, a mesma arroba é cotada em média a R$ 189,25. Uma desvalorização de 16,6% aproximadamente.
De acordo com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), além dos preços da arroba e a redução dos índices de chuvas, em decorrência aos efeitos do fenômeno El Niño, o pecuarista do estado ainda enfrenta as incertezas diante da conjuntura econômica.
A entidade mediante a situação pontua que soluções estão sendo buscadas para auxiliar os criadores. Entre elas está a renegociação das prestações de financiamentos ao longo deste ano.
O diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi, comenta que a entidade foi procurada por produtores de diferentes regiões do estado.
“Nós procuramos o Banco Central e lá tem um manual que mostra que é possível renegociar, mas o pecuarista tem que tomar alguns cuidados. Ele tem que comprovar, documentar e o mais importante que é não deixar vencer”.
Manzi salienta que o produtor deve procurar a instituição financeira ao qual “tomou o crédito para realizar a renegociação e para que ele possa no mínimo conseguir a mesma taxa que conseguiu ao contrariar o crédito”.
Pequenos e médios são os mais prejudicados
Ainda conforme o diretor técnico da Acrimat, os pequenos e médios produtores, que vivem exclusivamente da atividade pecuária, são os mais afetados pela situação.
Segundo a Acrimat, o processo para a postergação do vencimento do vencimento do crédito rural possui algumas etapas. Confira:
Consulta à Assistência Técnica/Profissional:
Produtores devem procurar seus assessores técnicos ou profissionais responsáveis pela elaboração de seus projetos e solicitar um laudo técnico que demonstre a oscilação dos preços da arroba de bovinos, os danos às pastagens causados pela escassez de chuvas, a avaliação da perda de produtividade devido à redução da oferta de alimento ao rebanho, além de citar o volume pluviométrico de anos/períodos anteriores, estimativas de prejuízos e a perspectiva de recuperação dos problemas apontados.
Elaboração de Fluxo de Caixa:
Os produtores devem preparar um fluxo de caixa que reflita as alterações provocadas pelo conjunto de problemas mencionados na etapa anterior.
Encaminhamento Formal ao Banco:
Com os documentos em mãos, os produtores devem encaminhar formalmente a solicitação de renegociação ao seu gerente no banco e acompanhar a avaliação na agência.
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Fonte: canalrural