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Política

Casa da Moeda busca renovar contrato com empresa corrupta durante o governo Lula

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A , empresa pública ligada ao Ministério da Fazenda que é responsável pela fabricação de moeda, papel-moeda, e outros produtos, tenta retomar um contrato com uma empresa suíça, a Sicpa, que em 2021 admitiu ter pagado propina de US$ 15 milhões a servidores da estatal e aceitou devolver R$ 762 milhões.

+ no site da Revista Oeste.

Agora, novamente no governo Lula, com o lobby do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), a Casa da Moeda tenta retomar os contratos irregulares firmados em 2008 e 2013, nos governos de Lula e Dilma Rousseff, sem licitação, segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo.

Nos contratos encerrados pelo Ministério da Fazenda depois de operação da Polícia Federal, a Scipa — que trabalha com tintas para impressão e rastreamento — era a responsável pelo Sicobe, um usado até 2016 pela Receita Federal para o controle e o rastreio da produção de bebidas no país.

Agora, para retomar o serviço, a empresa suíça nega que tenha confessado participação nos atos ilícitos, ao contrário do acordo de leniência firmado em 2021.

Casa da MoedaCasa da Moeda
Diretores da Casa da Moeda, do Sindicato dos Moedeiros e deputado Lindbergh Farias durante audiência pública na Receita Federal sobre o Rota Brasil Foto: Divulgação/ Casa da Moeda

A Casa da Moeda diz que a suspensão do Sicobe em 2016 foi ilegal e afetou a , que registrou um prejuízo líquido anual superior a R$ 85 milhões entre 2017 e 2019. “É imperioso esclarecer que, até onde é de nosso conhecimento, à empresa Sicpa, que era contratada pela CMB para a execução desse objeto, jamais foram impostas as penalidades de suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, ou declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública que regiam aqueles contratos”, escreveu a Casa da Moeda em pedido formulado ao Tribunal de Contas da União (TCU) para a reativação do Sicobe, em dezembro do ano passado.

Já o Ministério da Fazenda afirma que o Sicobe é “técnica, econômica e juridicamente inviável” e que sua reativação poderá comprometer “vultosos recursos públicos” e colocar em risco “informações muito sensíveis protegidas por sigilo fiscal”.

De acordo com o Estadão, a Sicpa, que tem escritórios em mais de 30 países, foi condenada na Suíça em abril de 2023 a pagar 81 milhões de francos suíços (R$ 460 milhões) por responsabilidade criminal corporativa sobre atos de corrupção em pelo menos três países, incluindo o Brasil.

Em nota, a Procuradoria-Geral da Suíça informou que “o processo identificou deficiências organizacionais que possibilitaram que funcionários da Sicpa subornassem servidores públicos na condução de negócios no Brasil, na Colômbia e na Venezuela”.

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No Brasil, a Sicpa começou a prestar serviço à Casa da Moeda em 2007. O objeto do contrato era a fabricação de selos fiscais de cigarros, num sistema semelhante ao das bebidas, de 2008. A contratação ocorreu sem licitação e segue ativa ainda hoje.

Com o estouro de e a tomando proporções internacionais, a Sicpa Brasil se transformou, em 2016, em Ceptis. Hoje, o presidente da companhia é o advogado Bruno Catsiamakis Queiroga, que também faz parte do Conselhão do presidente Lula.

Os envolvidos no esquema de pagamento de propina desbaratado pela Polícia Federal, incluindo diretores da Sicpa e servidores públicos, foram condenados, em 2019, em primeira instância a mais de dez anos de prisão.

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O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), no entanto, reformou a sentença para absolvê-los sob o entendimento de que, durante a investigação, ocorreu uma série de irregularidades e excessos, como a quebra do sigilo fiscal dos suspeitos sem autorização judicial e o aproveitamento de depoimento colhido em processo conexo sem a participação da defesa. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a absolvição em setembro de 2023.

Fonte: revistaoeste

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