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Ciência & Saúde

Tardígrados: os segredos por trás da incrível resistência dessas criaturas

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O que os tardígrados não têm de tamanho, eles têm resistência. Com um tamanho microscópico, medindo cerca de 0,3 a 1,2 milímetro de comprimento, com um corpo segmentado em quatro pares de patas. Eles são encontrados em quase todos os habitats da terra, e possuem a incrível capacidade de conseguirem viver no vácuo ou suportarem temperaturas extremas, variando a próximas do zero absoluto (-270), até mais de 150 ºC. 

A capacidade de resistência desses animais é algo que vem intrigando os cientistas há tempos. Em 2016, pesquisadores conseguiram reviver uma espécie congelada há 30 anos, revelando que um dos truques de sobrevivência desses animais é entrar num estado de animação suspensa. 

Agora, graças a uma pesquisa recente, seu segredo pode finalmente ter sido revelado. Publicada no periódico científico Plos One, a pesquisa, conduzida por cientistas de várias universidades americanas, mostrou que os radicais livres e um aminoácido conhecido como cisteína agem como um mecanismo chave para que esses animais entrem em seu estado de dormência.

Para explicar como foi o experimento, lembrar o que são radicais livres. Em , os radicais livres são moléculas instáveis presentes no organismo dos seres vivos, resultantes do metabolismo celular. Elas recebem esse nome justamente por possuírem uma quantidade ímpar de elétrons. 

Em quantidades normais, o próprio corpo consegue se proteger dessas moléculas, mas hábitos não saudáveis podem acarretar o acúmulo desses radicais. Essas moléculas costumam atacar células saudáveis para roubar elétrons, causando a oxidação das células. São esses radicais livres, aliás, também um dos responsáveis pelo envelhecimento.

 

 

Voltando para o estudo. Quando colocados em um ambiente de estresse, os tardígrados costumam se encolher, entrando em um estado temporário de dormência chamado de “tun”. Os pesquisadores pesquisavam o que levava os tardígrados a entrar nesse estado, e descobriram que os radicais livres poderiam ser a chave.

Isso porque, em pequenas quantidades, os radicais livres podem atuar como sinalizadores das células, se ligando a proteínas na membrana celular, e alterando assim o seu comportamento. 

Os pesquisadores elaboraram experimentos onde eles expunham tardígrados em um ambiente de estresse. Nessas condições, os pequenos animais liberavam radicais livres, e em seguida, entravam no “tun”. 

Em seguida, eles analisaram a sinalização dos radicais livres liberados pelos animais com um aminoácido essencial para a formação de proteínas conhecido como cisteína. 

Para confirmar se de fato os radicais livres se ligavam a esse aminoácido, os pesquisadores expuseram os tardígrados a moléculas bloqueadoras da oxidação da cisteína. 

E deu certo. Mesmo em um ambiente de estresse, caso a cisteína não esteja disponível, os tardígrados não conseguiram entrar em seu estado de dormência. Para os pesquisadores, o trabalho está de acordo com outras pesquisas envolvendo o aminoácido. 

Em estudos anteriores, cientistas descobriram que a capacidade de determinadas de de sobreviverem a secas estava ligada diretamente com a oxidação da cisteína.

Fonte: abril

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