Lá ou onde quer que estivessem, já que não havia o cômodo banheiro. Tanto que “penico”, em inglês, é chamber pot – ou “vaso do quarto”, na tradução literal. Era uma bacia geralmente guardada debaixo da cama, caso a pessoa quisesse se aliviar à noite.
No dia seguinte, ela era esvaziada no mato, em uma fossa… ou janela afora – loo, gíria britânica para “privada”, provavelmente vem da expressão em francês garde à l’eau! (“cuidado com a água!”), que diziam ao atirar o conteúdo de um penico na rua.
A maneira de fazer as necessidades varia com a cultura, época e classe social, mas é fato que deixar os excrementos no mesmo local em que você dorme nunca foi uma boa ideia.
Durante o dia, o mais comum é que as pessoas fizessem suas necessidades fora do quarto – mas não necessariamente em um banheiro da maneira como conhecemos hoje.
Os cidadãos da Roma antiga, por exemplo, frequentavam latrinas públicas: espaços repletos de assentos com buracos, destinados a fazer o número um e dois.
Os castelos europeus do século 11 começaram a incluir cômodos específicos para o alívio – que tinham basicamente buracos que davam para fossas ou o lado de fora do edifício.
Na Europa do século 18, os nobres faziam suas necessidades em cadeiras higiênicas, superpenicos que depois tinham que ser esvaziadas pelos servos.
Até o século 19, as casas não costumavam ter banheiros do lado de dentro. Era um luxo da nobreza e classes mais altas, que só depois se espalhou para as mais baixas.
Entre os trabalhadores, o mais comum era se aliviar em uma outhouse – uma casinha externa, tipo a do Shrek – ou em banheiros comunitários. Os penicos também eram uma opção, caso a pessoa quisesse usá-lo na privacidade do quarto.
Na Inglaterra, os banheiros internos só se tornaram comuns entre o final do século 19 e início do 20. Isso só veio com o maior acesso à água encanada e saneamento básico. Após a Primeira e Segunda Guerras, o banheiro ficou mais semelhante ao que conhecemos hoje.
Pergunta de @jukagoulart, via Instagram
Fonte: abril