É difícil manter a sensação de novidade em uma série de jogos que já dura mais de 30 anos. Não faltam exemplos na indústria de títulos que estagnaram, seja pela falta de novas ideias ou pela vontade de desenvolvedores e publicadoras. Mesmo assim, é sempre bacaninha sentir aquela brisa de ar fresco ao colocar as mãos em uma empreitada que traz consistência ao lado de ineditismo. Street Fighter 6 segue exatamente essa linha.
Mais de 10 lutas depois…
É claro que ainda é muito cedo para ter qualquer veredito sobre a obra da Capcom, que será lançada apenas em 2023 para PS4, PS5, Steam e Xbox Series X|S. Joguei a versão de demonstração por pouco mais de 30 minutos na Brasil Game Show 2022. Foram cerca de 15 partidas contra dois amigos em meio a risadas e opiniões.
De cara, consegui experimentar os personagens que mais me chamaram a atenção até agora: Kimberly e Jamie. Com jogabilidades bem distintas, senti que eles exigem mais estratégias e execuções bem feitas por parte do jogador. Além disso, os controles estavam funcionando muito bem, não tive dificuldades para realizar golpes especiais e pequenos combos.
Dessa forma, pude curtir os principais detalhes do game, desde o uso do drive system (mais sobre ele abaixo) à movimentação mais “pés no chão” dos lutadores. Pode parecer que o jogo está pesado, mas é apenas uma impressão. O fato é que ele oferece muitas maneiras distintas para atacar e defender, algo que em minha opinião estava faltando em Street Fighter V.
Qualquer pessoa que já tenha jogado algum round aqui ou ali na série, vai se sentir em casa logo na primeira vez que ouvir a palavra “Fight!”.
Mecânicas e estilo
Toda a temática de Street Fighter 6 é direcionada a uma arte das ruas. A trilha sonora cheia de hip hop dá o ritmo das batalhas dinâmicas, enquanto a nova opção de comentaristas empolga os fãs mais competitivos.
É impossível não falar da apresentação sem comentar sobre as cores e o estilo artístico do game. Tudo tem uma cara muito viva, conseguindo alcançar uma medida certa entre seriedade e diversão. Os golpes especiais têm uma vibração quase musical, brilhando durante a peleja e seus 60 quadros por segundo.
No entanto, nada disso teria o efeito desejado pela Capcom se as mecânicas fossem sem graça. Felizmente, o drive system parece ter sido bem implementado. Para resumir, sem entrar em detalhes técnicos, esse sistema oferece a mesma quantidade de recursos para ambos lutadores desde o início do combate.
Com ele, os jogadores podem usar versões mais poderosas de seus golpes ou formas de contra-ataque precisas, por exemplo. Contudo, se abusar e gastar toda a barra cedo demais, a pessoa pode ficar em desvantagem. Ou seja, a administração passa a ser um fator fundamental, ainda mais em partidas competitivas.
Tatsumaki Senpukyaku de ar fresco
Até agora, tudo indica que a Capcom aprendeu com os erros que cometeu durante a trajetória inicial de Street Fighter V. A nova empreitada parece estar mais robusta ainda em sua versão de demonstração, com um elenco interessante que ficará gigante com o passar do tempo.
Aliás, o modo ranqueado já recebeu informações interessantes, como um sistema mais justo e menos frustrante de pontuação. Ele vai permitir que o jogador não perca tantos pontos ao ser derrotado, o segurando em certos níveis como prata e ouro, por exemplo.
É como eu disse: ainda é muito cedo para um veredito, mas faz muitos anos que não me empolgo tanto com o lançamento de um título da série Street Fighter. Falando nisso, aproveite e conheça a cronologia de toda a série.
Com informações: Capcom.