O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou, sem apresentar provas, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos de influenciar na criação da , com o objetivo de prejudicar a Petrobras. A fala aconteceu durante evento de anúncio da retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, nesta quinta-feira, 18, em Ipojuca (PE).
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“Tudo que aconteceu nesse país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país”, disse Lula durante discurso. “Subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras.”
De acordo com o petista, em 1953, os EUA não queriam que o Brasil fundasse a Petrobras para a exploração de petróleo no país. O chefe do Executivo, porém, não apresentou nenhuma evidência de que o departamento norte-americano tivesse, de fato, influenciado na Operação Lava Jato.
Lula ainda acusou, sem proferir nomes, o ex-juiz Sergio Moro, e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol. De acordo com o petista, a dupla atuou junto ao governo norte-americano.
Lula acusa Departamento de Justiça dos EUA de “mancomunação” para prejudicar a Petrobrás.
Presidente fez afirmação no anúncio de retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima.
Em 2018, TCU apontou superfaturamento de R$ 2 Bilhões na construção do complexo. pic.twitter.com/Jna0h2sjaY
— Metrópoles (@Metropoles) January 18, 2024
Em 2018, o apontou que a construção da Refinaria Abreu e Lima teve um superfaturamento estimado em R$ 2 bilhões. Na época, a Corte condenou ex-gestores da Petrobras e mais duas construtoras a devolverem cerca de R$ 1,95 bilhão aos cofres públicos.
O superfaturamento foi identificado na construção da Unidade de Destilação Atmosférica e da Unidade de Hidrotratamento. Ambas foram construídas pelo consórcio OAS e a Odebrecht, empreiteiras que foram investigadas pela Lava Jato.
Essa não foi a única vez que o TCU apontou superfaturamento na construção da refinaria. Segundo apurou Oeste, em 2014 o tribunal encontrou irregularidades de R$ 243 milhões nas obras da Abreu e Lima. No mesmo ano, a Lava Jato havia estimado que R$ 400 milhões foram desviados da obra.
Em 2008, a obra tinha um valor inicial estimado em US$ 2 bilhões e saltou para cerca de US$ 18 bilhões, em 2014. A construção da refinaria deveria ser realizada em parceria com a estatal de petróleo da Venezuela, PDVSA, mas a Petrobras arcou com todos os custos do projeto.
Durante o discurso desta quinta-feira, o presidente disse que teve as contas de seus dois mandatos aprovadas pelo tribunal e pelo Congresso Nacional.
“Quando deixei a Presidência da República, tive as contas dos meus oito anos de governo aprovadas por unanimidade no Tribunal de Contas e aprovadas pelo Congresso Nacional”, afirmou o petista. “Somente cinco anos depois, começou o processo de denúncias contra a Petrobrás.”
Porém, as investigações sobre os desvios na Petrobras não começaram em 2014, como citou Lula. Conforme o jornal Valor Econômico, registros sinalizam que a diretoria da Petrobras saberia anos antes de irregularidades em contratos da estatal. Ao jornal O Globo, a própria companhia admitiu que havia instaurado comissões internas em 2008 e 2009 para investigar “indícios de irregularidades” em contratos.
Quanto à aprovação de contas do governo pelo TCU, de fato o tribunal aprovou as contas do dois governos de Lula. Porém, em 2007, por exemplo, o órgão apontou 22 ressalvas da prestação de gastos públicos.
Leia também: “O PT está quebrando a Petrobras. De novo”, artigo de Carlo Cauti publicada na Edição 178 da Revista Oeste
Fonte: revistaoeste
