Os voos comerciais em jatos supersônicos podem se tornar bastante comuns depois da criação de um novo modelo de avião. A agência espacial dos Estados Unidos, a , apresentou na sexta-feira, 12 sua aeronave experimental X-59.
A novidade é capaz de romper a barreira do som sem causar quase nenhum ruído, o que já elimina um dos grandes problemas do uso de aviões de velocidade hipersônica.
Desenvolvido com colaboração da empresa aeronáutica Lockheed Martin, o X-59 está programado para realizar seu primeiro voo ainda neste ano.
Segundo a agência especial norte-americana, o objetivo da nova aeronave é abrir caminho para uma nova geração de voos comerciais que possam viajar mais rápido que a velocidade do som e reduzir pela metade a duração das rotas.
De Nova York a Londres, por exemplo, esse período cairia de sete para apenas três horas.
A aeronave tem um aspecto que remete a uma visão futurista e minimalista da fusão entre um avião e uma flecha.
De 30 metros de comprimento e 9 m de largura, o X-59 tem um terço da fuselagem composta do nariz, longo e fino como o bico de uma cegonha. Isso permite, segundo a agência espacial, evitar o acúmulo de ondas sonoras, que provocam o estrondo característico da aviação supersônica.
Em vez disso, o voo da aeronave produz “um mero sussurro” ou, no máximo, o som da porta de um carro se fechando, de acordo com engenheiros da Nasa.
Cada detalhe do design bastante peculiar foi cuidadosamente pensado para reduzir ao mínimo o ruído. Desde as asas relativamente compactas até uma cabine localizada no meio da fuselagem e sem janela frontal.
O piloto é guiado pelas imagens oferecidas por câmeras de alta definição e realidade aumentada instaladas na fuselagem e exibidas em um monitor dentro da cabine.
O único motor é colocado no topo do jato, para evitar que as ondas sonoras se acumulem sob o aparelho e causem ruído. A aeronave será capaz de voar a 1,4 vez a velocidade do som, ou 1.485 quilômetros por hora.
O X-59 faz parte do projeto Questt da Nasa, que procura recolher dados que vão permitir aos reguladores aéreos suspender a proibição que existe há meio século aos voos supersônicos comerciais no mundo.
Esse veto nos Estados Unidos e em outros países se deve a transtornos causados às populações pelo barulho alto da travessia da barreira do som.
O diretor Bob Pearce, um dos responsáveis pela pesquisa aeronáutica na sede da Nasa, disse que, nos voos de teste que durarão anos, a Nasa “partilhará com as agências reguladoras e a indústria os dados e a tecnologia obtidos nesta missão”.
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Para isso, o X-59 vai sobrevoar cidades dos Estados Unidos, onde serão coletados dados das comunidades para saber sua percepção sobre o aparelho.
Mesmo com o lançamento do avião, o sonho dos voos comerciais hipersônicos ainda tem um longo caminho pela frente. Segundo a Nasa, para viabilizar esses planos é necessário melhorar aspectos como a eficiência do consumo de combustível ou a redução de emissões de gases poluentes.
Fonte: revistaoeste