O Tribunal Superior Eleitoral () abriu uma investigação sobre a falsa filiação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Partido Liberal (PL). As informações foram obtidas pelo jornal O Globo.
Depois de uma apuração interna, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, ordenou que o caso seja apurado pela Polícia Federal (PF).
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Por causa da filiação feita com seu nome, Lula passou a integrar os quadros do PL em São Bernardo do Campo, cidade do ABC paulista onde tem residência.
“Considerando a existência de indícios de crime a partir da inserção de dados falsos em sistema eleitoral”, escreveu Moraes, na decisão, “encaminhem-se a cópia dos presentes autos ao diretor-geral da Polícia Federal para adoção de todas as providências cabíveis que deverão, oportunamente, ser informadas a este Tribunal Superior Eleitoral”.
Ainda segundo o ministro, existem “claros indícios” de que houve falsidade ideológica na admissão de Lula ao PL.
O TSE identificou que a inscrição foi feita pelo login da advogada Ana Daniela Leite e Aguiar. Ela presta serviços ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A mulher não comentou o caso.
Presidente do PL minimizou o caso
Já o deputado federal Valdemar Costa Neto, presidente do partido, minimizou o caso, que chamou de “bobagem”. Ele disse que a filiação de Lula foi “feita por algum hacker”.
“O fato de as informações da nossa advogada aparecerem como autora da suposta filiação é um fato normal, porque ela está credenciada junto ao TSE para consolidar as filiações em nível nacional”, disse Costa Neto.
O tribunal revelou que há mais de 75 mil usos do sistema com a credencial Ana Daniela, por esse motivo, desconfia-se que os dados da advogada estejam em posse de outras pessoas.
Outros casos
Já houve outras tentativas de filiação de pessoas públicas em partidos adversários. Em abril de 2020, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, expôs seu CPF e RG nas redes sociais quando divulgou o resultado do exame de covid-19. Isso motivou uma investida malsucedida de filiá-lo ao PT.
Dois meses depois, dados vazados também foram usados na tentativa de filiar o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) ao PT, o que não ocorreu.
Fonte: revistaoeste