O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) quer ser candidato a vice-prefeito na chapa com Guilherme Boulos (Psol) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O parlamentar também defendeu a realização de prévias dentro do Partido dos Trabalhadores para definir o nome do companheiro de chapa do socialista na eleição municipal deste ano.
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O posicionamento de Suplicy acontece depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou o nome da ex-prefeita e ex-mulher do parlamentar, Marta Suplicy (sem partido), para a disputa. Marta chegou a pedir demissão ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Ela era secretária de Relações Internacionais da capital paulista.
Embora tenha cogitado lançar seu nome para a vaga de vice, Suplicy defende a ideia de que o partido faça uma consulta aos filiados na cidade de São Paulo.
“Tenho ouvido muitas vozes dentro do PT dizendo que seria interessante ser debatido e votado o candidato ou candidata a vice”, disse Eduardo Suplicy ao jornal Folha de S.Paulo. “A pessoa escolhida, seja Marta ou outra, teria maior força para dar ao Boulos.”
Suplicy foi ao Palácio do Planalto
O deputado estadual foi até o Palácio do Planalto na última segunda-feira, 8, mesmo dia em que Marta se reuniu com Lula. O encontro aconteceu antes do evento que “celebrou” os atos do 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, Suplicy pediu para se reunir com o presidente da República.
“No meio da cerimônia no Congresso eu escrevi um bilhete para Lula”, disse o deputado. “Entreguei para o Ricardo Stuckert [fotógrafo da Presidência], pedindo uma audiência também. Assim como ele recebeu a Marta, poderia me receber.”
De acordo com Suplicy, o presidente aceitou recebê-lo, mas não conseguiu combinar as agendas nesta semana. O parlamentar sugeriu elaborar uma audiência com um grupo de trabalho com 104 pessoas para discutir a criação de um projeto da renda básica de cidadania.
Eduardo Suplicy chegou a conversar sobre o tema com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.
Suplicy também disse que pretende marcar um encontro com Boulos para discutir a possibilidade de ser vice na chapa. “Quero ter uma troca de ideias com ele sobre isso e outros temas.”
Marta Suplicy pede demissão e deve voltar ao PT
Marta Suplicy pediu demissão ao prefeito Ricardo Nunes durante uma reunião na última terça-feira, 9.
Marta divulgou uma carta de demissão que entregou ao chefe do Executivo paulistano, que já havia decidido desligá-la do cargo. No texto, a ex-prefeita afirmou que o cenário político da cidade “prenuncia uma nova conjuntura”.
Em nota, a prefeitura afirmou que “ficou decidido, em comum acordo, que ela [Marta] deixa as suas funções na Secretaria Municipal de Relações Internacionais”.
Nunes chegou a dizer que tinha confiança em Marta sem saber que, no mesmo instante, ela se encontrava com Lula em Brasília. O prefeito tinha em Marta uma conselheira. O emedebista contava com a participação dela em reuniões estratégicas do seu conselho político.
A decisão de Marta ocorreu um dia depois de ela aceitar o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para retornar ao PT. A ideia é que ela componha a chapa de Boulos, que será adversário de Nunes nas eleições municipais de 2024.
Marta se reaproximou do PT e de Lula durante o governo de Jair Bolsonaro. A ex-prefeita havia deixado o PT em 2015, depois de 30 anos filiada à legenda, em meio às investigações da .
Depois de deixar o PT, Marta se filiou ao MDB. No novo partido, ela, então senadora pelo Estado de São Paulo, votou favorável ao impeachment da petista Dilma Rousseff. Marta deixou o MDB e, em 2018, ficou por meses filiada ao Solidariedade, partido sob comando de Paulinho da Força.
Fonte: revistaoeste
