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Advogada é acusada de matar ex-sogro e mãe dele envenenados e tenta enganar 5 ex-namorados com gravidez falsa

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Via @terrabrasil | A advogada Amanda Partata, suspeita de provocar a morte do ex-sogro e da mãe dele, em Goiânia (GO), já teria tentado enganar pelo menos outros cinco ex-namorados com gravidez falsa. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta sexta-feira, 29, durante uma coletiva de imprensa sobre o caso. 

Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86, passaram mal e morreram após comer alimentos comprados e levados por Amanda até a casa da família, no dia 17 de dezembro. A investigação concluiu que Amanda envenenou  as vítimas, pois se sentia rejeitada pelo ex-namorado.

Durante as investigações, a polícia recebeu diversas informações sobre a advogada, inclusive, que ela tem alguns registros criminais, em Goiás e no Rio de Janeiro. Entre as ocorrências registradas estão a fraude na venda de ingressos de festas, que nunca foram entregues, além de uma denúncia de um ex-namorado dela. 

De acordo com o delegado Carlos Alfama, o registro foi feito no Rio de Janeiro e corresponde ao caso de um homem que dizia que a advogada alegava estar grávida para obter dinheiro, e tentar manter o relacionamento entre os dois. Depois da ampla veiculação do envenenamento, outros casos de falsa gravidez por parte da suspeita apareceram para a polícia. 

“Ao menos cinco ex-namorados que relataram a mesma conduta, claro, sem mortes. Uma falsa gravidez para exigir dinheiro e manter o relacionamento”, declarou o delegado. Amanda está presa desde o dia 20 de dezembro.

Após as mortes das vítimas, as autoridades já passaram a apurar o caso e acionaram a perícia para ir até a casa das vítimas. Enquanto examinavam o local, Amanda se apresentou. Ela foi encaminhada para a delegacia, e um detalhe chamou a atenção de Alfama: Amanda se mostrou nervosa e negou entregar o celular para o delegado ver durante o primeiro interrogatório. 

Na ocasião, a autoridade perguntou o que ela fazia na residência se era ex do filho da vítima. Ela contou que estava grávida dele, e por isso era “recebida de braços abertos” pela família. A advogada ainda relatou que comprou os alimentos para o café da manhã e mencionou o horário. 

Nesse momento, o delegado pediu para verificar no celular dela o momento em que chegou ao imóvel, por meio do aplicativo. Ela mostrou o horário em sua mãe, e quando o delegado pediu para pegar o celular, a suspeita negou. “Ela bloqueou o aparelho e disse que só falaria na presença do advogado”, relembra Alfama. 

A partir deste ponto, a Polícia Civil passou a analisar todos os passos da suspeita até o dia da morte das vítimas. Mais de 50 horas de filmagens foram vistas pelos policiais para traçar a cronologia do caso e verificar se Amanda realmente tinha envolvimento nas mortes do ex-sogro e da mãe dele.

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Advogada foi filmada fazendo compras em mercado antes de ex-sogro e a mãe dele serem envenenados
Foto: Reprodução/Polícia Civil

Durante as investigações, a Polícia encontrou imagens da advogada recebendo uma encomenda no hotel em que estava hospedada em Goiânia. Ali estava o veneno usado para matar as vítimas. O item foi levado por um motorista de aplicativo, que procurou a polícia depois de ler sobre o caso e relatar o que viu na caixa. 

Amanda também foi gravada comprando os itens para o café da manhã que levou para a casa da família do ex.

Nota fiscal

“Ele nos procurou falando que estava preocupado pois havia recebido uma transferência na conta dele vinda da suspeita. Ele disse que na nota fiscal havia informações sobre um produto de uma indústria química e farmacêutica”, explicou o delegado. Em seguida, a polícia pediu a quebra do sigilo fiscal da suspeita, e encontrou a nota do veneno em seu nome. 

“A compra foi pela internet, no nome e CPF da Amanda, com endereço dela, e ali tinha o nome do veneno. O mesmo veneno encontrado pela perícia nos alimentos”, reforça. O produto havia sido comprado no dia 8 de dezembro, para ser entregue na casa dela, em outra cidade. “Um dia antes do crime, ela recebeu a encomenda em caixa de papelão”, afirma o delegado.

A substância é a mesma encontrada pela perícia nas amostras das comidas e retiradas dos corpos das vítimas. Duas amostras de bolo estavam contaminadas. A substância não foi encontrada no suco do café da manhã.  

“Não há margem algumas. Sabemos o site que ela comprou, como chegou e foi ela que manuseou os alimentos comidos pelas vítimas”, declarou Alfama.

Ameaças e motivação

Amanda e o ex namoraram por 45 dias. Ele passou a sofrer ameaças por meio de ligações e perfis falsos nas redes sociais desde julho de 2023, logo depois do término. Durante as investigações, a Polícia constatou que todas elas partiam da advogada, que criava os perfis, e os números de celulares eram criados por meio de uma tecnologia, utilizando o número de celular do irmão da suspeita. 

Ela teria feito isso por estar insatisfeita com o fim do relacionamento. Segundo Alfama, a advogada queria causar sofrimento maior ao ex, por isso decidiu matar seus parentes. “Amanda acreditava que o maior medo do ex-namorado era perder os familiares. Ela matou os familiares do ex-namorado pelo sentimento de rejeição dele”, resumiu.

Falsa gravidez

Segundo a Polícia Civil, Amanda simulou a gravidez para conseguir alguma vantagem do ex. Os exames eram forjados para manter a farsa, inclusive, a suspeita chegou a fazer um chá revelação do bebê, que seria uma menina. 

A polícia civil cumpriu busca e apreensão na casa dela, e encontrou exames de gravidez de agosto e de dezembro. Nos dois, ela não estava grávida. Com essa informação, é possível afirma que ela nunca esteve grávida. Toda a situação era forjada, e ela usava isso para enganar a família”, finaliza o delegado. 

A advogada será indiciada por duplo homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e envenenamento. 

O Terra tenta contato com a defesa de Amanda, o espaço segue aberto para manifestações.

Vanessa Ortiz
Fonte: @terrabrasil

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