Uma festa de celebridades causou uma grande polêmica na . Os convidados estavam quase pelados na boate Mutabor de Moscou, o que deixou o ditador irritado.
O rapper Nikolai Vasilyev, que compareceu ao evento usando apenas uma meia para esconder suas partes íntimas, foi detido e condenado a 15 dias de prisão. Patrocinadores de alguns dos artistas mais conhecidos do país cancelaram seus contratos.
A festa ocorreu em meio ao aumento da repressão por parte das autoridades.
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Putin e repercussões negativas
O veículo de notícias Baza, conhecido por seus contatos com os serviços de segurança, afirmou que soldados que lutavam na Ucrânia foram alguns dos primeiros a reclamar ao verem as imagens e que fotografias do evento chegaram a um Putin pouco impressionado.
O caso despertou uma forte reação das autoridades, parlamentares pró-, blogueiros, mídia estatal e grupos da Igreja Ortodoxa, além de ocupar as manchetes dos noticiários locais há dias.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, declarou que o evento “manchou” aqueles que participaram, mas que têm a chance de se redimir, segundo o veículo de notícias Ura.ru.
Festa ‘quase-nua’
A festa foi organizada pela blogueira Anastasia Ivleeva, conhecida como Nastya, que tem mais de 18 milhões de seguidores no Instagram.
O evento contou com a presença de cantores famosos, que estavam de trajes mínimos e são presença constante em programas de entretenimento da TV estatal há anos.
Nastya apareceu em um vídeo na festa exibindo uma corrente cravejada de esmeraldas ao redor das nádegas. A joia custa US$ 251 mil (R$ 1,2 milhão).
Nos dias 20 e 21 de dezembro, ela publicou dois vídeos pedindo desculpas. Emocionada, a blogueira disse que lamentava por usas ações e espera receber “uma segunda chance”.
Autoridades fiscais abriram uma investigação contra Nastya que pode acarretar em uma prisão de cinco anos.
Um tribunal de Moscou aceitou uma ação movida pela Liga para uma Internet Segura da Rússia, que exige que a blogueira pague o equivalente a R$ 53 milhões por “sofrimento moral”.
Se vencer a ação, a entidade, que foi fundada com apoio de autoridades, pretende que o dinheiro vá para um fundo estatal que apoia veteranos de guerra na Ucrânia.
O escândalo ocorre em um momento em que Putin, que espera ganhar confortavelmente mais um mandato de seis anos em uma eleição em março.
O caso acabou reforçando o conservadorismo social, depois que a Suprema Corte da Rússia decidiu que ativistas do movimento pró Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) devem ser classificados como “extremistas”.
Fonte: revistaoeste