Em 2023, foram registrados 2,9 milhões de casos de dengue no Brasil, que se tornou o país com mais casos da doença no mundo, segundo um estudo realizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Dengue no Brasil
Os casos em solo brasileiro são mais da metade dos 5 milhões registrados mundialmente. Diante disso, a OMS chama atenção para o fato de que a doença está se espalhando em locais onde, historicamente, não circulava mais.
Em 2023, foram 5 mil mortes por dengue. Os dados são referentes ao período de 1º de janeiro e 11 de dezembro.
Dentre as razões para o aumento nos casos, está a crise climática, como o fenômeno El Niño, que tem elevado a temperatura mundial, permitindo que o mosquito transmissor da dengue – o Aedes Aegypti – sobreviva em ambientes onde antes não conseguia.
A maior parte dos registros – 80% ou equivalente a 4,1 milhões dos casos – foram nas Américas, seguidas pelo Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental. Fazendo parte das Américas, o Brasil concentro a maior parte dos casos, seguido por Peru e México.
Do total de casos no país, 1.474, ou 0,05% foram de dengue grave, também conhecida como dengue hemorrágica. Isso fez o Brasil ser a segunda região com maior número de casos mais graves, ficando atrás somente da Colômbia, com 1.504 casos.
França, Itália e Espanha são países que, anteriormente, estavam livres da dengue. Porém, neste ano, registraram casos de infecções pela doença originadas no país – a chamada transmissão autóctone – e não no estrangeiro.
Alerta aos cidadãos
Vale lembrar que cerca de 74% das larvas do mosquito são encontradas próximas às residências e no entorno das casas, principalmente em períodos chuvosos. No período de vida, o mosquito pode picar até 300 pessoas, ampliando os casos da doença.
O calor seguido de chuva é o cenário ideal para proliferação, já que o inseto precisa de água para pôr seus ovos e se multiplicar. Por isso, tudo o que pode acumular água tem que ser eliminado lixo, garrafas, pneus, tudo!
Veja abaixo os principais sintomas da dengue:
- Febre alta;
- dor no corpo e articulações;
- dor atrás dos olhos;
- mal estar;
- falta de apetite;
- dor de cabeça;
- manchas vermelhas no corpo.
Para evitar a infestação de mosquitos, o Ministério da Saúde explica que é necessário eliminar os criadouros, mantendo os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas.
Por isso, o cuidado de cada cidadão é de extrema importância para diminuir os casos, fazendo a limpeza das calhas do imóvel, dos terrenos, evitar o descarte irregular de lixo e recipientes que juntem água com potencial de se tornar criadouros do mosquito.
Vacina
A vacina contra a dengue foi incorporada ao SUS (Sistema Único de Saúde) nesta quinta-feira (21), pelo Ministério da Saúde. Dessa forma, apesar da quantidade de casos, o Brasil se torna o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
Conhecida como Qdenga, a vacina não será disponibilizada em larga escala em um primeiro momento, mas será focada em público e regiões prioritárias. A incorporação do imunizante foi analisada e aprovada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS).
Ainda segundo o Ministério, o PNI (Programa Nacional de Imunizações) trabalhará em parceria com a CTAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização) para definir a melhor estratégia de utilização do quantitativo disponível, como público-alvo e regiões com maior incidência da doença para aplicação das doses. A definição dessas estratégias deve ocorrer nas primeiras semanas de janeiro.
Dengue em Mato Grosso
Mato Grosso registrou uma diminuição de cerca de 20% nos casos de dengue nos 11 primeiros meses de 2023, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Mas, a dengue ainda é uma preocupação no Estado, pois algumas cidades como Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, a 218 km da Capital, os casos deste ano ultrapassam os de 2022.
Nos 11 primeiros meses deste ano, o Estado registrou 27.105 casos de dengue, contra 34.071 no mesmo período do ano passado, segundo o boletim divulgado pela SES-MT.
Sobre os casos notificados em relação à dengue, foram 55.523 no ano passado e 44.612 neste ano, ainda de acordo com o boletim.
Em Cuiabá, o número de casos saltou de 766 para 1.323 no período analisado. Já em Várzea Grande, região metropolitana, o aumento foi de 240 casos para 833, enquanto em Rondonópolis, os registros subiram de 272 para 2.351.
Quanto às mortes causadas pelo mosquito Aedes Aegypti – mosquito transmissor da dengue – foram 19 registros no ano passado e 21 casos fatais nos 11 primeiros meses de 2023.
Dos 142 municípios de Mato Grosso, 99 estão classificados como sendo de alto risco para ocorrências de dengue, dentre eles, Rondonópolis.
Fonte: primeirapagina