A irrigação é uma das principais alternativas para escapar dos efeitos da estiagem. Em Mato Grosso, a área irrigada corresponde a 180 mil hectares, mas pode chegar a 4 milhões de hectares, conforme estudos realizados pela Universidade de Nebraska e a Universidade Federal de Viçosa, em parceria com o governo de Mato Grosso.
Um dos grandes diferenciais da agricultura brasileira é poder fazer duas safras. E com a irrigação, é possível chegar a três. “Esse é um baita equipamento que traz um futuro para a agricultura, tanto econômico quanto de qualidade que a gente pode ter na produção. É uma coisa que tem muito para crescer”, pontua o presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), Hugo Garcia, em bate-papo no Estúdio Rural deste sábado (23).
Professores responsáveis pelas pesquisas, afirmam que o número de áreas irrigadas pode ser ainda maior, uma vez que Mato Grosso tem os quatros maiores aquíferos.
“Nós temos que parar com o achismo de que a irrigação acaba com a água. Ela reutiliza a água. Você tem que saber a quantidade que você pode coletar e é onde a gente vai fazer um estudo para passar aos órgãos competentes”, diz.
O estudo conta com a parceria de universidades internacionais como a de Nebraska – estado com maior área irrigada do mundo. Ao todo são 3,5 milhões de hectares irrigados e mais de 100 mil poços artesianos, “Ele tem uma tecnologia muito diferente, muito avançada e que nós podemos implantar no Mato Grosso”, afirma Garcia.
A pesquisa começou há pouco mais de cinco meses e nesse período, da primeira etapa (que dura dois anos), os professores produziram um relatório de 100 páginas do estudo. Um dos problemas citados por Garcia, é a liberação da outorga que acaba deixando produtores na ilegalidade.
“Eu falo assim, que a gente tem muitos produtores, acredito eu, trabalhando na ilegalidade por falta disso. Porque a pessoa não vai comprar um pivô que custa 100 hectares, o pivô vai custar uns R$ 3 milhões. Investimento de alto valor e vai ficar com ele parado esperando. Falta agilidade nesses processos”, destaca.
Polos de irrigação dependem de energia de qualidade
Uma das ações apontadas por Garcia, é a criação de polos de irrigação. Ele diz que em Canarana, Primavera do Leste e na BR-163 (Sorriso) já estão funcionando. A Aprofir-MT, busca através dos estudos implantar esse sistema em Tangará da Serra, para resolver a falta de água e para desenvolver a irrigação na região
Ele ainda falou sobre os problemas com a falta de disponibilidade de energia no estado.
“Nós gastamos muita energia. Na minha propriedade, com os 850 hectares irrigados, são em média R$ 300 mil a R$ 200 mil de energia por mês. O pivô central, se a energia não estiver perfeita, com qualidade, ele não funciona, porque é um sistema muito moderno, sabe? Então se tiver uma oscilação de energia, ele já cai, ele já desliga.”, aponta.
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Fonte: canalrural