A plataforma de compartilhamento de vídeos canadense Rumble, concorrente do YouTube, anunciou a saída do Brasil nesta sexta-feira, 22, por causa de uma decisão judicial para retirar conteúdo.
O CEO da Rumble, Chris Pavlovski, anunciou que os usuários brasileiros não poderão mais acessar a plataforma, e que a empresa recorreu da decisão.
O executivo reforçou o compromisso da Rumble em manter uma internet livre e aberta, sem alterar as regras de suas políticas de conteúdo.
“Não serei vítima de bullying através de demandas de governos estrangeiros para censurar os criadores da Rumble”, escreveu Pavlovski no X, antigo Twitter.
O CEO salientou como “a Rumble é a única empresa com grande escala que defende a liberdade de expressão e os valores americanos. É meu desejo que um dia as grandes empresas de tecnologia se juntem a nós nesta luta e respondam como nós estamos fazendo. Esse é o dia em que todos ganharão. Continuarei dando o exemplo até esse dia chegar”.
Alexandre de Moraes tinha ordenado bloqueio da conta de Monark no Rumble
O CEO do Rumble não citou expressamente o Supremo Tribunal Federal (STF) em sua mensagem. Mas mas em junho, o ministro Alexandre de Moraes tinha determinado o bloqueio imediato de novos canais, perfis e contas utilizados pelo influenciador e podcaster Bruno Monteiro Aiub, mais conhecido como Monark, criados após o bloqueio de seus perfis e canais em janeiro deste ano.
A decisão foi tomada no âmbito do inquérito do 8 de janeiro.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tinha apontado uma publicação de Monark no Rumble, e seu perfil já tem centenas de milhares de seguidores.
Saiba mais: Moraes bloqueia canais e perfis de Monark nas redes sociais
Moraes tinha determinado uma multa diária de R$ 100 mil contra o Rumble em caso de descumprimento da medida.
Veja a íntegra da declaração do CEO do Rumble
Recentemente, os tribunais brasileiros nos obrigaram a remover alguns criadores do Rumble. Como parte da nossa missão de restaurar uma internet livre e aberta, nos comprometemos a não mudar as regras de nossas políticas de conteúdo. Usuários com pontos de vista impopulares são livres para acessar nossa plataforma nos mesmos termos que nossos milhões de outros usuários. Portanto, decidimos desabilitar o acesso ao Rumble para usuários no Brasil enquanto contestamos a legalidade das exigências dos tribunais brasileiros.
Estamos desapontados com as decisões do tribunal que fizeram com que o povo brasileiro perdesse a capacidade de ver uma ampla variedade de conteúdo do Rumble. Esta ação não terá um efeito material em nossos negócios, mas esperamos que os tribunais brasileiros reconsiderem suas decisões para que possamos restaurar o serviço em breve.
Fonte: revistaoeste