Infelizmente, os ataques violentos nas escolas brasileiras estão se tornando cada vez mais comuns. E esse não é um problema de agora: desde o início dos anos 2000, já ocorreram 16 ataques em escolas brasileiras – só no segundo semestre do ano passado foram 4. No mês passado, noticiamos o caso de um jovem de 13 anos que matou uma professora e Neste mês, um homem pulou a creche de uma escola em Blumenau (SC) e matou 4 crianças.
Quais medidas estão sendo tomadas pelas autoridades estaduais, municipais e federais? E o que podemos aprender com o caso americano, que enfrenta esse problema há, pelo menos, 24 anos, desde o ?
Esses ataques violentos nas escolas brasileiras têm revelado um problema muito mais profundo do que apenas uma questão de segurança pública. Nós explicamos tudo sobre isso . Na realidade, esses comportamentos também têm relação com o aumento do discurso de ódio e a polarização ideológica que ocorreu nos últimos anos.
Cezar Bueno Lima, sociólogo e especialista em Direitos Humanos e Políticas Públicas pela PUC-PR sobre essa radicalização: “A escola é a última fronteira para essa repetição da violência. Justamente por ser um espaço de educação, socialização e aceitação das diferenças, tão importantes para uma sociedade plural democrática”. – aqui, vale também destacar o aumento de ideais fascistas que tem crescido não só na internet, mas também fora dela.
Nesta semana, após o ataque que ocorreu em Blumenau (SC), a prefeitura do município, em parceria com o governo do Estado, disse que estuda a contratação de policiais militares da reserva ou bombeiros militares para acompanharem as unidades de educação. Eles também estão refletindo sobre a possibilidade de contratar uma segurança privada e armada.
No âmbito federal, o atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, anunciou a liberação de R$ 150 milhões para combater esses ataques violentos nas escolas. Segundo comunicado divulgado à imprensa, os recursos, que são do Fundo Nacional de Segurança Pública, devem ser aplicados em rodas escolas e monitoramento da deep web (onde, infelizmente, circula muito discurso de ódio sem restrição de conteúdo).
Mas a aplicação dessas políticas públicas será suficiente? O caso americano mostra que não.
Aumento de segurança x aumento de ataques nos EUA
Nos EUA, o aumento de investimentos em segurança pública nas escolas não coibiu o crescimento de ataques violentos. De acordo com dados da Gun Violence Archive, compilados pela BBC, aconteceram 131 ataques em escolas dos EUA desde o início do ano. No ano passado, foram 647. Em 2021, 690.
E o país enfrenta essa situação há muito tempo: o primeiro massacre do tipo ocorreu em abril de 1999 no Estado e Colorado. Na época, dois estudantes invadiram a Columbine High School e utilizaram bombas caseiras para dar início ao que posteriormente ficaria conhecido como .
Podemos aprender e muito com o contexto americano que facilitou, ao longo dos anos, o acesso das pessoas a armas de fogo. No Brasil, essa liberação também ocorreu durante o governo Bolsonaro. Segundo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 6,3 mil mortes poderiam ter sido evitadas se não tivesse ocorrido essa liberação.
Segundo especialistas, a problemática é muito mais complexa do que parece e deve começar a ser enfrentada de diversas formas: com diálogo – nas escolas e dentro de casa; atendimento psicológico adequado e combate a ideais e discursos extremistas (dentro e fora das redes sociais). Nós, da , preparamos um guia sobre isso aqui:
Fonte: capricho