Sophia @princesinhamt
Mundo

Ex-embaixador argentino critica falta de punição no atentado: conheça os autores

2024 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

O presidente Javier Milei assume a Argentina quase 30 anos depois do contra a Associação Mutual Israelita Argentina. Criticado por, inicialmente votar contra a definição do dia 18 de julho como um dia de Dor Nacional, ele voltou atrás e, quando era candidato à Presidência, prometeu trabalhar para combater o terrorismo dentro e fora do país.

Leia também: “Governo terrorista?”, reportagem de Rodrigo Constantino publicada na edição 190 da Oeste

Em relação ao próprio atentado, o ex-embaixador de Israel na Argentina, entre 2016 e 2019, Ilan Sztulman, acompanhou de perto as movimentações nos tempos em que atuou no país.

Era um momento de efervescência, pouco depois da morte do procurador Alberto Nisman (1963-2015). Ele iria, no dia seguinte, apresentar denúncia de acobertamento do atentado contra a então presidente Cristina Kirchner.

Em sua gestão, Kirchner havia assinado com o Irã um memorando para criar uma “comissão da verdade” independente, integrada por cinco membros, nenhum deles iranianos nem argentinos.

O acordo bilateral estabelecia a possibilidade de que os cinco juristas e o juiz argentino responsável pela causa pudessem recolher depoimentos em Teerã de oito acusados, entre eles o então ministro da Defesa, Ahmad Vahidi e o ex-presidente Akbar Hachemi Rafsandjani.

A oposição argentina considerou o documento uma ‘traição nacional” já que a Justiça argentina acusava exatamente autoridades do Irã de estarem envolvidas no atentado.

Não foi provado o envolvimento da ex-presidente até o momento. No entanto, a Justiça argentina já chegou à conclusão de quem cometeu o crime na Amia.

Em junho último, foi enviada para a Interpol uma lista de quatro nomes de libaneses acusados de envolvimento no atentado, que, segundo as investigações, teve a participação de autoridades iranianas.

Eles se somaram a outros oito nomes com pedidos de captura expedidos. Nenhuma autoridade no mundo, no entanto, tomou a iniciativa de cumprir, conforme afirma Sztulman.

“Há alertas vermelhos da Interpol (que solicitam a captura) em relação ao atentado”, diz o ex-embaixador. “Todos sabem quem foi, onde foi, como foi, mas ninguém foi condenado até agora.”

Rumos do país

Casa RosadaCasa Rosada
Novo Presidente Da Argentina Está Cortando Gastos | Foto: Reprodução/Pixabay

Em relação aos novos rumos da Argentina, Sztulman acredita que a eleição de Milei foi uma maneira de a população buscar uma solução para os dramas do país, mesmo que por meio de uma peculiar como a do atual presidente.

“A Argentina entrou em uma crise profunda para a qual não tem encontrado uma saída”, analisa o diplomata.

“Estão em uma situação pior que a do Brasil, com uma atuação prejudicial de sindicatos, em vários setores, falta de dinheiro para tudo.”

Segundo ele, o país está sem recursos muito em função de um sistema que dificulta exportações.

O diplomata explica que as cotas, inclusive, por exemplo, para a exportação de carne são feitas para que os produtores internos não sejam prejudicados. Mas isso, segundo ele, está .

+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste

“Tentei negociar uma cota maior para as carnes, para exportarem para Israel, mas não permitiam, tudo era muito complicado.”

As províncias (Estados locais), conforme diz Sztulman, têm mais dinheiro do que a capital, Buenos Aires. Milei, ao tentar reverter esse desequilíbrio, certamente vai descontentar as províncias, diz ele. E também a população urbana dependente de subsídios sociais.

“Ele vai ter que negociar muito, porque os precisam ser feitos”, avalia o ex-embaixador.

“Obras estão sendo paralisadas, subsídios cortados, mas acima de tudo o importante é acabar com a corrupção que estava corroendo os cofres públicos.”

Fonte: revistaoeste

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.