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Política

Stalinismo – Da Rússia para Harvard: Uma perspectiva crítica sobre o seu impacto acadêmico

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(, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 10 de dezembro de 2023)

Todas as vezes nas quais o baixa a um novo patamar em matéria de falência moral e se ouve as pessoas dizerem “eu quero ir embora deste país”, é bom olhar um pouco para os paraísos de primeiríssimo mundo e os níveis superiores de civilização que lhes são atribuídos pelo imaginário brasileiro. Não diminui em nada os problemas do Brasil, é claro. Mas mostra que não estamos sozinhos em nossas tragédias, e que a miragem de um mundo ideal lá fora é apenas isso — uma miragem. Os avanços extraordinários que essas sociedades souberam construir e oferecer para a humanidade estão sendo desmontados por uma ofensiva sem precedentes contra os direitos fundamentais das pessoas — da liberdade de pensamento à liberdade de discordar. Tentam reduzir, agora, o direito à vida.

Grupos de estudantes de três das mais sagradas universidades dos Estados Unidos — Harvard, MIT e Penn State, com suas anuidades próximas a R$ 300 mil e os seus Prêmios Nobel — estão pregando, em manifestações públicas, o genocídio da população de Israel. Dizem que é a única solução para o “problema da Palestina”. É chocante ver que jovens colocados nas esferas mais altas da educação mundial defendem o assassinato em massa de judeus, como na de Hitler. Mas bem pior é o apoio que recebem da direção das universidades onde estão matriculados. Chamados a depor numa comissão de inquérito do Congresso americano, os presidentes da Harvard, do MIT e da Penn State se recusaram, após pergunta, a dizer que a pregação do genocídio em seus campi era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades que dirigem.

Se você não é contra o genocídio, qual é a dedução que se pode fazer? Os presidentes quiseram mostrar que são neutros; acham que podem manter uma posição isenta diante do homicídio em massa. É óbvio que só conseguiram provocar um escândalo — que não chegou às manchetes, é claro, mas continua sendo um escândalo. Em seus depoimentos à comissão, disseram e repetiram, do começo ao fim, que a condenação das propostas de genocídio contra os judeus dependia do “contexto”. Como assim? Pregar a morte de seres humanos pode não ser ruim, conforme for o “contexto”? É o que dizem os reitores. A defesa do genocídio, segundo eles, só poderia sofrer objeções se passasse do “discurso aos atos”; enquanto for uma questão de “opinião pessoal”, dizem, está tudo bem. Quer dizer que para receber uma sanção disciplinar o aluno teria, fisicamente, de matar um judeu? É a conclusão possível.

Certos vinhos, segundo os peritos, “viajam mal”. Certas visões de mundo também. O stalinismo viajou mal de Moscou para Harvard.

Leia também: “A cruzada contra o livre pensamento”, reportagem publicada na Edição 193 da Revista Oeste

Fonte: revistaoeste

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