A tendência dos carros mais baratos do Brasil não venderem já vinha sendo observada. Agora, com o final de ano, os acumulados totais deixam claro isso. O que leva a isso? É o que analisaremos ao longo deste artigo.
Os carros mais baratos do Brasil não vendem tanto quanto o esperado
As vendas no mercado brasileiro trouxeram uma surpresa: os carros mais baratos não estão conquistando a atenção do público. Representados pelo Fiat Mobi e Renault Kwid, estes modelos ficam muito abaixo no ranking acumulado no varejo – compras feitas por pessoas físicas.
Nele, o Renault Kwid ocupa a 16ª posição, com 24.411 emplacamentos, enquanto o Fiat Mobi amarga a 17ª, com 23.877 unidades vendidas. Todos os números são com base no acumulado até novembro de 2023 segundo relatório da Fenabrave.
Para se ter uma ideia, esses números os colocam muito atrás de concorrentes que pertencem a faixas de preço superiores. Por exemplo, o GM Tracker (5° lugar, 37.11) e o Toyota Corolla Cross (8°, 31.389), que chegam a custar até mais que o dobro.
Esta dificuldade em atrair motoristas finais é preocupante, mas os modelos ainda acabam levando vantagem para as montadoras, como veremos.
Os mais baratos derrapam, mas preço ainda é fator determinante na escolha
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Apesar do desempenho aquém do esperado pelo Kwid e Mobi, o preço ainda se mostra como um fator crucial na decisão de compra para muitos consumidores. Mesmo que eles não estejam no Top 10, o consumidor brasileiro ainda valoriza opções mais acessíveis.
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Assim, no Top 3 encontramos carros com preços mais elevados, mas ainda dentro de uma faixa relativamente acessível. O Volkswagen Polo, por exemplo, figura em 3º lugar, com 41.110 unidades vendidas, e pode ser adquirido a partir de 99 mil reais.
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Já o Chevrolet Onix (1°, 53.075) e o Hyundai Creta (2°, 50.566) também apresentam valores razoáveis. Isso sugere que, embora o preço seja um fator importante, os recursos disponíveis e o histórico do veículo acabam se destacando na visão do consumidor.
Vendas varejo acumulado até Nov/2023
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GM Onix: 53.075 emplacamentos
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Hyundai Creta: 50.566
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VW Polo: 41.110
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Honda HR-V: 40.198
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GM Tracker: 37.111
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Hyundai HB20: 36.057
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VW T Cross: 31.925
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Toyota Corolla Cross: 31.289
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Fiat Pulse: 29.277
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Toyota Corolla: 29.230
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Fiat Fastback: 29.194
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Nissan Kicks: 27.722
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VW Nivus: 27.146
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Fiat Argo: 27.025
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GM Onix Plus: 26.867
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Renault Kwid: 24.411
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Fiat Mobi: 23.877
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Situação é diferente quando incluídas as vendas comerciais
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O ranking toma uma nova forma quando incluímos as vendas para locadoras e frotistas no cálculo geral. Ambos os modelos, Fiat Mobi e Renault Kwid, acabam se destacando nesse contexto: encontramos o Mobi em 3°, com 42.156 unidades vendidas, e o Kwid em 9°, com 30.802.
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Essa perspectiva revela que, apesar das dificuldades em atrair o consumidor final, esses veículos mantêm uma fatia significativa do mercado quando se trata de vendas comerciais.
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Além disso, aponta para uma tendência crescente de escolha por carros alugados e a busca por economia em atuar com grandes frotas.
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No primeiro caso, as empresas estão direcionando seus investimentos para esses modelos acessíveis. Afinal, podem alugá-los por um preço menor, mas com mais consistência, visando lucros constantes ao longo dos anos.
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Já no segundo, a economia gerada acaba valendo a pena quando a compra é volumosa.
É de se estranhar que os carros mais baratos do Brasil não vendem. No entanto, nos mostra o quão diverso é este mercado, e que há espaço para diversos modelos e estratégias de venda.
Fonte: garagem360