A falta de chuvas no Pantanal mato-grossense deste ano causou a seca de lagos e nascentes em Poconé (104 km de Cuiabá), incluindo a nascente do rio Jurumirim e de córregos afluentes do rio Bento Gomes, responsáveis por manter o abastecimento de água para os mais de 31 mil habitantes do município.
Imagens do Rio Bento Gomes mostram uma desolação indescritível. No local onde antes corria um rio portentoso, agora resta apenas areia, pedras e moitas de grama crescendo no leito do rio.
Essa não é a primeira vez que o afluente seca e deixa a população de Poconé em apuros. O rio já foi assolado por secas parecidas nos anos de 2007 e 2012. Todavia, após 2017, o Bento Gomes passou a se secar todos os anos, durante o período de estiagem.
Um comunicado, divulgado no site da Prefeitura de Poconé nesta semana, pede aos moradores que registrem, por meio da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento do Estado de Mato Grosso (ARIS-MT), problemas relacionados à falta de abastecimento de água em suas residências, enfatizando que estão cientes dos recentes problemas e reconhecem a importância desse recurso essencial, comprometendo-se a resolver a questão de forma eficaz.
No entanto, o comunicado não detalha que tipo de esforços estão sendo feitos para atender à população. A situação gerou preocupação ao vereador poconeano Fábio Oliveira (UB), e do deputado estadual Wilson Santos (PSD), que têm acompanhado a situação da seca na região.
Wilson afirma que os habitantes estão consumindo água retirada de uma cava abandonada por garimpeiros. O problema foi constatado pelo parlamentar durante uma visita ao município.
“O rio secou e a [empresa] Águas de Poconé decidiu captar a água de uma antiga vala de garimpagem, o que é perigoso. Suspeito que o produto possa estar contaminado por metais pesados, como chumbo e mercúrio, usados na extração de ouro”, explicou.
Wilson Santos disse ainda que esteve na sede da empresa, onde uma funcionária assegurou que a água é limpa, e tratada com cloro e flúor. Ela afirmou que a qualidade é testada a cada hora, porém, não forneceu mais informações por falta de autorização da empresa.
“A seca do rio é provocada por ações climáticas, agressões à natureza e falta de preservação e manutenção do rio pelo poder público. Vamos investigar o que está acontecendo, levar o caso às autoridades competentes, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, para que verifiquem o problema e tomem providências para evitar riscos à população”, disse o deputado.
“Estive com o prefeito Tatá Amaral, que disse não ter interesse em renovar a concessão com a empresa [Águas de Poconé] por mais 15 anos”, completou.
Na última semana, Fábio Oliveira solicitou às autoridades ambientais a análise do leito e das nascentes dos córregos de Poconé. O documento foi encaminhado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e à Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental.
Conforme o vereador, o volume do rio Bento Gomes vem diminuindo a cada ano. Além disso, verifica-se que lagos, tanques e outros córregos afluentes estão secos e sujos, com risco de perdas ambientais, turísticas, sociais e econômicas em Poconé. Com isso, o parlamentar pede que a Prefeitura decrete estado de calamidade pública e que o Ministério Público tome as providências necessárias diante do desastre ambiental.
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Fonte: unicanews