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Juíza envolvida em escândalo de intimidade é destituída após ser flagrada com condenado à prisão perpétua em cadeia

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Via @jornaloglobo | A magistrada criminal de Comodoro Rivadavia Mariel Suárez, conhecida como a “juíza do beijo”, foi destituída por “atitude indecorosa” depois que câmeras de segurança de uma cadeia da Argentina flagraram cenas de intimidade entre ela e um condenado à prisão perpétua.

Antes que o Tribunal de Primeira Instância de Chubut anunciasse o veredicto do júri, a magistrada afirmou que não havia cometido qualquer irregularidade. “Não tirei vantagem da minha posição”, disse, As palavras não foram suficientes. Por 3 votos a 2, Mariel Suárez perdeu o cargo nesta quarta-feira.

O “beijo” entre a juíza e o detento ocorreu em 29 de dezembro, no Instituto Penitenciário Provincial (IPP) de Trelew, em Chubut. É lá que está detido Cristian Bustos, apelidado de Mai. Um dia antes, o tribunal que incluía Mariel Suárez entre os julgadores o havia condenado à prisão perpétua pelo assassinato do policial Leandro Roberts, em março de 2009. Na ocasião, a magistrada votou contra a imposição da pena máxima ao acusado. Ela alegava que o homem havia sido vítima de uma “manobra publicitária negativa” e pedia a aplicação de uma sanção de oito anos de cadeia.

“Nas denúncias, a comissão acusatória do Conselho Judicial ratificou todas as acusações expostas ao longo do processo, quanto à imparcialidade da magistrada, no que diz respeito à sua atuação durante o julgamento contra Mai Bustos (…) bem como o fato de falsificar a verdade ao retardar atos inerentes à sua função ao se ausentar da sua jurisdição em serviço. Finalmente, foi ratificada a acusação pela conduta indecorosa demonstrada por Suárez por ocasião da visita a Mai Bustos”, destaca a nota no site de notícias do Poder Judiciário de Chubut.

Juíza alegou que entrevistaria detento para livro

Um dia após a sentença proferida pelo tribunal que ela presidia, e fora do horário de visita, Mariel Suárez esteve na prisão para uma visita a Bustos. A desculpa para o encontro foi uma questão “literária”. A magistrada explicou que ela estava escrevendo um livro e precisava de uma entrevista com o assassino.

“Uma vez marcada a reunião, esta decorreu de forma pouco brilhante e incompatível com a posição de juíza que ela detinha, porque durante a mesma – havendo cadeiras na sala – eles ‘sentaram-se no chão de uma forma desajeitada, com muita proximidade entre eles enquanto conversavam, se beijavam. Ele acariciava os cabelos dela, e ela tirava fotos tipo selfie com o celular”, segundo a descrição da ocorrência.

Para os acusadores, “a conduta demonstrada pela juíza Suárez constituiu a causa do mau desempenho” e, por isso, dava azo à sua demissão.

Durante sua defesa, a juíza Mariel Suárez sustentou que a filmagem de seu encontro com Bustos era “ilegal”. Ela também alegou que o apelido de “juíza do beijo”, que adquiriu após a divulgação da cena, feriu “sua dignidade”.

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Juíza Mariel Suárez e Cristian Bustos — Foto: Reprodução/La Nación

Por La Nacion Comodoro Rivadavia
Fonte: @jornaloglobo

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