Os últimos passos do chef Anthony Bourdain, morto aos 61 anos após cometer suicídio em 2018, serão revelados em uma biografia não autorizada que deve chegar às livrarias no dia 11 de outubro nos Estados Unidos. Alguns trechos do livro foram adiantados pelo New York Times e já vêm causando polêmica.
O autor Charles Leerhsen afirma ter tido acesso a mensagens de texto enviadas pelo americano, que se tornou uma celebridade ao apresentar programas de culinária e viagens na TV.
“Eu odeio os meus fãs, odeio ser famoso e odeio meu trabalho”, escreveu ele para a ex-mulher, Ottavia Busia-Bourdain, de quem continuou amigo. “Estou sozinho e vivo em constante incerteza.”
Com a namorada, Asia Argento, 47, ele brigou no dia de sua morte, segundo o livro. A atriz havia sido fotografada dançando com outro homem cinco dias antes, em Roma. “Estou tranquilo, não estou com raiva nem com ciúmes de que você estivesse com outro homem”, escreveu ele.
“Não sou seu dono, você é livre. Como eu disse e prometi, e eu realmente quis dizer isso. Mas você foi descuidada. Você foi irresponsável com o meu coração e com a minha vida”, reclamou. Na sequência, ele perguntou para a atriz se tinha algo que ele podia fazer, ao que a atriz respondeu: “Parar de encher meu saco”. Em uma de suas últimas comunicações, Bourdain apenas escreveu “ok”.
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Bourdain estava na cidade de Kaysersberg-Vignoble, na França, onde gravava um episódio da série documental “Parts Unknown”, da CNN, quando decidiu tirar a própria vida em 8 de junho de 2018.
Ele ficou famoso no começo dos anos 2000 com o sucesso do livro “Kitchen Confidential: Adventures in Culinary Underbelly” e, pouco depois, estreou na TV com o programa “A Cook’s Tour”. Também apresentou programas como “No Reservations” e “The Layover”, além de ter sido jurado da competição “The Taste”.
A biografia não autorizada já está causando polêmica antes mesmo de seu lançamento. Segundo o New York Times, a família do chef já reclamou com a editora por meio de um email enviado pelo irmão dele, Christopher.
Ele chamava o livro de “doloroso” e de “ficção difamatória”, pedindo que o lançamento fosse adiado até que os “muitos erros” do autor fossem corrigidos.
A editora Simon & Schuster, no entanto, respondeu que discorda que o livro tenha informações difamatórias e disse que vai manter a publicação. A empresa informou que o autor realizou mais de 80 entrevistas, além de ter conseguido acesso a diferentes arquivos, mensagens de texto e emails do computador e do telefone de Bourdain.