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Economia

Impacto do clima seco nas safras do Brasil e Argentina desperta preocupação

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A consultoria de commodities agrícolas hEDGEpoint Global Markets divulgou um relatório sobre os primeiros indicadores da safra de verão de grãos e oleaginosas na América do Sul. A análise leva em conta o clima, os níveis de umidade e as condições do solo na região.

De acordo com o relatório, o plantio no Brasil já atingiu 29% da sua produção. O progresso da plantação considerado é satisfatório, apesar de uma leve desaceleração nas últimas duas por causa do clima seco — especialmente na região Centro-Oeste. Ainda assim, o nível de plantio está acima da média dos últimos cinco anos.

Clima safra Brasil ArgentinaClima safra Brasil Argentina
Mesmo Com O Clima Seco No Centro-Oeste, Safra No Brasil Está Acima Da Média

Quanto à Argentina, o país já iniciou o plantio de milho, mas o progresso tem sido relativamente lento por causa da falta das chuvas por interferência do El Niño. 

Leia mais: “Como o fenômeno El Niño pode afetar a atual safra brasileira?”

O clima levou alguns agricultores a considerarem o plantio de soja ou milho de segunda safra, aquele que ainda está sendo plantado.

Umidade do solo 

A análise também levou em consideração os níveis de umidade do solo em áreas-chave. Embora o índice esteja abaixo da média no Brasil, a consultoria não vê a situação como alarmante, uma vez que a maior parte das lavouras está na fase vegetativa.

Ainda é cedo para avaliar o impacto da seca na produtividade, mas a hEDGEpoint já enxerga o cenário como preocupante. Isso porque a fase crucial de desenvolvimento dos grãos e oleaginosas está se aproximando: no Brasil, em dezembro e janeiro; na Argentina, em janeiro e fevereiro.‌

‌Uma atualização sobre o progresso do plantio‌‌

Clima safra Brasil ArgentinaClima safra Brasil Argentina
Soja É Normalmente Mais Resistente À Seca | Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Há um mês, a maior parte da região Centro-Oeste do Brasil tinha níveis de umidade do solo acima da média. Atualmente, os níveis na maioria das áreas estão abaixo, com exceção para o Rio Grande do Sul e partes do Paraná.

A soja é geralmente bastante resistente à seca, com exceção das principais fases reprodutivas, que geralmente ocorrem entre dezembro e janeiro no Brasil.

Confira: “Calor extremo e falta de chuva preocupa produtores de soja de MT”

Já na Argentina, que passou por dois ciclos de seca, o mapa atual mostra níveis de umidade do solo bastante reduzidos. No entanto, o país ainda tem tempo para se recuperar, uma vez que o plantio de milho e soja ainda está em estágios iniciais.

Previsões climáticas

Num curto prazo, as previsões meteorológicas indicam a manutenção do recente padrão no Brasil: mais chuvoso no Sul e mais quente e seco do que o normal na Região Centro-Norte. 

Na Argentina, as chuvas estão bastante próximas à média, o que é uma perspectiva mais positiva, apesar de um El Niño ativo. 

A hEDGEpoint destaca que, no passado, a soja frequentemente resistiu a um início bastante difícil e resultou em uma boa safra no final. 

“No entanto, a tendência que estamos observando não é muito favorável, e este é um cenário que precisamos acompanhar de perto à medida que se desenrola”, relatou a empresa. “Olhando para o desenvolvimento usual desses dois países, as fases mais importantes da safra serão em dezembro e janeiro no Brasil e em janeiro e fevereiro na Argentina.”

Por ora, o cenário base ainda é de boas safras em ambos os países, mas se os padrões se mantiverem perto dos meses cruciais, as preocupações dos produtores devem aumentar.

Fonte: revistaoeste

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