Com o valor do ovino em pé valendo mais que uma arroba bovina, a ovinocultura em Mato Grosso é considerada uma oportunidade lucrativa para pequenos e médios produtores. Contudo, a falta de matrizes reprodutoras trava a atividade.
A ovinocultura em Mato Grosso é o tema do quinto episódio do Prosa com o Deva. E, segundo o presidente da Associação Mato-grossense dos Criadores de Ovinos (Ovinomat), Antônio Carlos Carvalho de Sousa, existe hoje no estado um grande mercado consumidor que vem sendo atendido pela carne importada de ovinos da Argentina e do Uruguai.
“A atividade está demandando muito por matrizes reprodutoras e hoje Mato Grosso não tem para atender. Estamos em um estado que tem 10% do território brasileiro, maior produtor de bovinos, cana, algodão, milho e temos que comer carne ovina importada do Uruguai e da Argentina”.
O presidente da Ovinomat comenta que o setor vem trabalhando para ampliar o rebanho e conseguir atender a demanda interna. Entre os pontos trabalhados com os produtores é a questão do descarte de matrizes reprodutivas.
“Produzir animais não é igual produzir parafuso. A gente precisa de um tempo para gestar, um tempo para desmamar e um tempo para fazer novas matrizes. E como o mercado consumidor está crescente acaba que muitas vezes os criadores mandam algumas matrizes ainda jovens para o abate”.
Ampliação da ovinocultura
Mato Grosso que já chegou a registrar um rebanho ovino com um milhão de cabeças, hoje conta com pouco mais de 300 mil cabeças.
“Temos espaço, pasto e alternativa para a nutrição através dos resíduos de soja e milho da própria agricultura. O que nós precisamos é de animais para poder suprir a necessidade”, diz Antônio Carlos.
Ainda de acordo com o presidente da Ovinomat, em Campo Verde há alguns anos caminha um projeto para a implantação de um frigorífico voltado para ovinos. No município, inclusive, comenta ele, uma cooperativa de criadores foi fundada com a missão de produzir matrizes.
“Hoje temos uma planta frigorífica inspecionada em Várzea Grande e eles semanalmente tem dificuldade para adquirir os animais para atender o abate da semana. O valor pago está ótimo. Enquanto se recebe por uma arroba de boi valor inferior a R$ 200, o ovino em pé está quase R$ 300. Então, o que está faltando são animais para suprir esse frigorífico de Várzea Grande e também, assim que o de Campo Verde estiver pronto”.
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Fonte: canalrural