O Banco Mundial revisou nesta terça-feira, 3, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China para 4,4%.
A expectativa do Banco Mundial mostra um patamar abaixo dos 4,8% previstos anteriormente no relatório de atualização econômica sobre a região do Leste Asiático e Pacífico divulgado em abril.
A diminuição se explica por uma crise imobiliária que ameaça prejudicar a economia chinesa, além do enfraquecimento da recuperação após a reabertura da economia e o endividamento elevado das famílias.
Além disso, as dificuldades demográficas da China, com um envelhecimento cada vez mais rápido da população, também pesarão sobre o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Crise no setor imobiliário na China
Há mais de dois anos a China enfrenta uma crise do setor imobiliário.
Gigantes como a incorporadora Evergrande Group, a quarta maior país, estão lutando para evitar a falência sob o peso de dívidas gigantescas acumuladas ao longo de vários anos.
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O setor imobiliário tem um peso significativo na economia chinesa, contribuindo entre 25%/30% do PIB, incluindo indústrias relacionadas.
A saturação das infraestruturas e o excesso de habitação estão gerando dificuldades, especialmente em cidades de porte médio e pequeno.
Ásia Pacífico via continuar crescendo, prevê Banco Mundial
Embora a China enfrente desafios, o Banco Mundial prevê um crescimento de 5% para o desenvolvimento do Leste Asiático e do Pacífico em 2023.
A previsão realizada em abril era de um crescimento de 5,1% para a região.
Para 2024, o banco multilateral com sede em Washington espera agora um crescimento de 4,5% para a região, abaixo da previsão de 4,8% de abril.
Entre as oportunidades de crescimento na região estão as reformas nos serviços e digitalização.
A difusão de tecnologias digitais deve melhorar o desempenho econômico dos países na região, apesar de um impulso menor vindo da China.
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Nos países da região, como as Filipinas e o Vietnã, a adoção de software e análise de dados está impulsionando a produtividade das empresas.
Além disso, a redução de barreiras políticas, como restrições à entrada e à propriedade estrangeira em setores como transporte, finanças e serviços empresariais, está aumentando a produtividade do trabalho.
No entanto, o Banco Mundial destaca que existem riscos significativos. A dívida em todos os níveis (famílias, empresas e governos) está muito alta, o que pode limitar os gastos das famílias, os investimentos das empresas e a capacidade dos governos de apoiar a atividade econômica.
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Fonte: revistaoeste