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Especialista Luciana Ikedo diz às mulheres: “Não é preciso dominar o investimento em ações para iniciar”

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Aumentar a renda e se preparar para o futuro é uma prioridade na vida das mulheres. Além de ir atrás de novas fontes, como a previdência privada, muitas delas passaram a se interessar pela ideia de investir em ações. No entanto, alguns empecilhos deixam receios, como o desconhecimento do mercado e até por onde começar.

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Há quem ainda acredite que, para obter sucesso no mercado de ações, seja necessário um amplo conhecimento em finanças, porém isso não é verdade. Até porque, além de contar com a ajuda das corretoras, muito do conhecimento é obtido na prática. Para te ajudar a esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, o Dicas de Mulher conversou com Luciana Ikedo, assessora de investimentos e sócia do escritório RV4 Investimentos. Confira a seguir!

Afinal, como começar a investir em ações?

Para Luciana Ikedo, “o primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora para você poder comprar e vender as ações. É importante que a investidora tenha conhecimentos mínimos de como operar o sistema e sobre quais as ações em que deseja investir”.

Ela também explicou que é preciso focar no longo prazo. Ou seja, aplicar o dinheiro para férias de fim de ano ou dar entrada em um imóvel no ano seguinte não é indicado. Isso ocorre pelo risco de mercado, uma vez que, na data do compromisso, você pode ter um valor menor do que aquele previsto anteriormente.

Quanto ao tempo médio de retorno, Ikedo ressaltou um termo importante: renda variável. Assim, é difícil prever com clareza quando você irá obter o dinheiro desejado. Nas palavras dela, “pode ser algumas horas, alguns dias, algumas semanas, alguns meses ou alguns anos. Existe uma variação de preços intensa, que chamamos de volatilidade, que faz as cotações das ações subirem ou descerem rapidamente, e é muito difícil ter a certeza em relação ao prazo de retorno”.

De qualquer forma, para ajudar a ter uma ideia do retorno, é possível acompanhar relatórios de investimentos. São dados baseados em análises gráficas e fundamentalistas, além de cenários políticos e econômicos, que podem ajudar a ter uma ideia do retorno médio. “Muitos desses relatórios são pagos, mas também existem aqueles fornecidos pelas corretoras de investimentos”, complementou a especialista.

Por que é importante investir em ações

Quando o foco está no longo prazo, o retorno do investimento em ações costuma ser maior em comparação ao da renda fixa. Com isso, esse dinheiro funciona como uma reserva para o futuro, um complemento da aposentadoria, da própria renda ou para a compra de um bem.

Segundo a assessora de investimentos, o pagamento de dividendos é interessante para quem busca renda passiva – aquela não vinculada a seu trabalho. “Existem empresas que são excelentes pagadoras de dividendos e fazem isso de forma recorrente e consistente, isentos de imposto de renda, fortalecendo o fluxo de caixa da investidora”.

Com isso, além de ter uma renda extra, as mulheres podem obter mais recursos para aplicar em outras ações, com risco mais alto, por exemplo. O essencial, de acordo com a especialista, é “colocar em prática um princípio fundamental desse mercado: o de diversificação de investimentos, pois permite que os riscos sejam mitigados e os retornos, maximizados”.

As mulheres e o desafio de investir em ações

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Luciana Ikedo explicou que qualquer pessoa pode (e deve) investir, mas você precisa ter um mínimo de conhecimento ou contar com assessoria profissional para aplicar seu dinheiro em ações. Ela afirmou que “o mais desafiador é conhecer e entender o mercado, a dinâmica de como comprar e vender, as empresas que negociam suas ações na bolsa de valores e acompanhar os investimentos”.

Ainda assim, quando se fala em mulheres investidoras, Ikedo trouxe um dado interessante: “Segundo o IBGE, 51,8% da população brasileira é composta de mulheres. Mas, quando analisamos o perfil de gêneros de investidores em equities na B3 (bolsa de valores brasileira), apesar da entrada de mulheres no último período, a proporção mantém-se praticamente constante nos últimos 10 anos e é de 25%”. Ou seja, o público investidor ainda é predominantemente masculino.

Isso significa que é mais difícil para elas entrar nesse mercado? A especialista trouxe outros dados que justificam tanto o receio delas de investir quanto o porquê de ainda serem um público pequeno. “Um fator interessante é que as mulheres iniciam com valores maiores do que os homens e, muitas vezes, buscam primeiro mais informações e conhecimentos,” citou.

Sem contar a questão de que as mulheres ganham cerca de 77,7% do salário dos homens, segundo o IBGE, e sua expectativa de vida é de 7 anos a mais em comparação com eles. De acordo com Ikedo, “é menos dinheiro, menos tempo para se dedicar ao estudo de investimentos, sendo preciso que o recurso dure por um período maior”.

Ainda assim, mesmo com todos os desafios, ela incentiva que as mulheres comecem a investir e não desistam da ideia. “Busque a ajuda de profissionais da área, não espere ter um grande valor para começar e entenda que não é preciso dominar o tema para iniciar. Durante a própria jornada de investimentos, o conhecimento também se amplia e, dessa forma, você pavimenta de forma sólida o seu caminho. Consistência e recorrência ganham o jogo”, finalizou Luciana Ikedo.

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