O estrogênio é um hormônio sexual produzido em grande quantidade no organismo feminino, principalmente no ovário. Ele atua na regulação do ciclo menstrual e está muito relacionado à fertilidade. Se estiver fora dos níveis desejáveis, pode causar vários problemas de saúde. Assim, no decorrer da matéria, a ginecologista e obstetra Dra. Mariana Rosário (CRM/SP-127087), do hospital Albert Einstein, fala sobre o assunto e esclarece as principais dúvidas. Acompanhe!
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O que é estrogênio
De acordo com a ginecologista, “o estrogênio é um hormônio sexual feminino que possibilita a comunicação entre as células do corpo”. Além disso, ele “é feito de colesterol e é predominante em mulheres”. Vale dizer que esse hormônio também está presente no organismo masculino, é produzido na pele, fígado, ossos e tecidos adiposos, porém em menor quantidade. O mesmo vale para crianças, mulheres transexuais e pessoas que retiraram o ovário.
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Qual é a função do estrogênio
A Dra. Mariana Rosário explica que “o estrogênio é um dos principais hormônios femininos. Ele é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias. Entre suas funções, estão:
- Desenvolvimento das mamas;
- Crescimento de pelos pubianos quando a mulher entra na puberdade;
- Mantém o aporte e a fixação de cálcio nos ossos;
- Ajuda na função cognitiva;
- Faz parte da primeira fase reprodutiva da mulher;
- Nessa primeira fase, também estimula o aumento da libido.
Na puberdade, o estrogênio desempenha importante função no ciclo menstrual e estimula o crescimento do endométrio. Já durante a menopausa, a liberação desse hormônio é reduzida, causando os sintomas típicos do período.
Níveis de estrogênio
Segundo a especialista, a falta de estrogênio aumenta o risco de algumas doenças neurológicas. Os níveis podem ser avaliados por meio de exame de sangue, porém eles variam de acordo com a fase do ciclo menstrual. “Na fase folicular, normalmente, os níveis ficam de 20 a 150 picogramas (pg/ml). No meio do ciclo, de 40 a 350 pg/ml. Já na fase lútea, de 30 a 450 pg/ml”.
Sintomas de falta de estrogênio
A Dra. Mariana Rosário explica que os principais sintomas da falta de estrogênio na mulher estão relacionados à menopausa. Nesse período, as células ovarianas não produzem o estradiol – um tipo de estrogênio. Por esse motivo, os seguintes sintomas podem surgir:
- Fogachos;
- Cansaço e/ou fadiga;
- Alterações cardíacas;
- Cabelo mais fino e pele seca;
- Osteoporose;
- Osteopenia;
- Atrofia e/ou ressecamento vaginal;
- Redução da libido;
- Dores de cabeça;
- Insônia.
A orientação da especialista é buscar ajuda médica sempre que você sentir alguns dos desconfortos listados acima. Os “sintomas causados por alterações hormonais precisam ser avaliados e tratados” por um profissional qualificado.
O que causa a baixa de estrogênio?
Como a médica informou, a menopausa é o principal motivo de baixa de estrogênio no corpo. Entretanto, o uso de certos medicamentos também baixa o estradiol: “a gestrinona e os antiestrogênicos usados para tratar a endometriose, por exemplo, bem como uso de pílula anticoncepcional, podem diminuir muito os níveis hormonais”.
O que aumenta o estrogênio?
A médica “recomenda manter uma alimentação balanceada, com baixo carboidrato e alto nível de proteína, além de fazer exercícios físicos”. Ela esclarece que “uma mulher com percentual de gordura baixo pode ter dificuldade de produção hormonal, pois os hormônios são produzidos a partir do colesterol”. Sendo assim, ao apresentar sintomas que indiquem falta de estrogênio, é essencial consultar um médico para não desregular os níveis desse hormônio. Em alguns casos, a rotina saudável é combinada com pílulas e outros tratamentos.
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Dúvidas sobre estrogênio
É comum surgir dúvidas sobre o funcionamento do corpo da mulher. Por isso, a ginecologista esclarece as principais questões sobre o estrogênio. Confira:
Dicas de Mulher – Quando o estrogênio aumenta?
Mariana Rosário – é muito comum em casos de hiperestrogenismo genético, ou seja, a produção exacerbada de estradiol. Esse quadro pode trazer mais riscos de algumas doenças, como o mioma – um tumor benigno de útero. Além disso, a paciente com endometriose geralmente tem níveis estrogênicos altos. Então, é importante estar sempre atenta. O estrogênio em altas quantidades não é benéfico, pois aumenta a inflamação crônica no organismo, bem como o risco cardíaco. Normalmente, são mulheres com muita gordura na coxa, com dificuldade para emagrecer e que sentem muita fome. Enfim, o hiperestrogenismo também tem que ser tratado.
Como repor o estrogênio?
A gente repõe o estrogênio na medida que é necessário. Há diversas formas: estrogênio sintético e hormônio bioidêntico (molécula idêntica à produzida pelo organismo). A partir disso, o tratamento é feito por meio de comprimidos, cremes e implantes. Contudo, a forma de reposição dependerá de qual tipo de estrogênio a mulher pode e quer usar. Então, avaliamos a paciente para ver como será a reposição.
Qual a relação entre estrogênio e progesterona?
Ambos são produzidos no ciclo menstrual. A gente fala que eles são meio antagônicos, pois, enquanto o estrogênio está alto, a progesterona está baixa e vice-versa. Na primeira fase do ciclo menstrual, o estrogênio está mais alto, na segunda fase, a progesterona está mais alta.
Qual a relação entre estrogênio e gravidez?
Os níveis de estrogênio aumentam bastante na gestação. Embora ele tenha suas funções, o hormônio mais importante na gravidez é o progesterona.
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Qual a relação entre estrogênio e anticoncepcional?
Como eu disse, o anticoncepcional pode baixar os níveis de estrogênio. A medicação oferece o estrogênio sintético externo para essa paciente. Assim, o organismo entende que não precisa produzir mais esse hormônio. Por isso, os níveis do estradiol baixam bastante durante o uso do anticoncepcional.
Quais são os tipos de estrogênio?
Existem quatro principais tipos de estrogênio. A estrona (E1) é um tipo mais fraco, produzida pela gordura corporal, nos ovários e na placenta. O estradiol (E2) está envolvido no ciclo menstrual, é o mais ativo e importante de todos. O estriol (E3) é o principal estrogênio na gestação, produzido pela placenta. O estetrol (E4) é produzido somente na gravidez pelo fígado do feto.
Como visto, os principais sintomas da menopausa estão relacionados à baixa desse hormônio sexual feminino. Sendo assim, entenda o que é a reposição hormonal, seus benefícios e como funciona o tratamento.