Na contramão do que acontece na exportação de outros itens de seu território, a China aumentou as exportações de carros em 86% neste ano, até o mês de julho.
O dado chama atenção, já que as exportações chinesas, no geral (desde móveis a produtos eletrônicos), caíram 5,5% nos primeiros oito meses do ano.
Enquanto outros setores encolhem, as exportações de carros da China quadruplicaram em apenas três anos, ultrapassando o Japão, neste ano, como líder mundial.
Os carros da China
Segundo o jornal norte-americano New York Times, o problema para as exportações chinesas é a falta de navios para transportar tantos carros. O estaleiro Jinling em Yizheng, “está ocupado 24 horas por dia”, segundo Feng Wanyou, um soldador naval, disse ao jornal. “Há turnos noturnos diariamente”, explicou ele.
A procura de outros países por carros mais baratos fabricados na China é cada vez maior, principalmente por modelos movidos a gasolina, que os consumidores chineses têm evitado em favor de carros elétricos.
As famílias da China compram cada vez mais automóveis elétricos de fabricantes locais, que lideram a produção mundial. Por causa disso, há uma grande oferta de carros movidos a gasolina que os consumidores chineses não querem mais, mas que o exterior ainda tem interesse.
O aço e os componentes eletrônicos são baratos na China, o que lhe dá vantagem em comparação com outros países do globo. Os governos locais do país comandado por Xi Jinping também concedem às empresas terras quase gratuitas, empréstimos quase sem juros e outros subsídios.
Os montadores chineses dominam a Rússia desde o início da guerra contra a Ucrânia: neste caso, os veículos são transportados de trem. As empresas chinesas também conquistaram grandes parcelas do Sudeste Asiático, Austrália, América do Sul e México.
As tarifas impostas por Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, ainda atrasam as vendas chinesas em solo norte-americano. Mas a China já se prepara para um grande avanço em exportações de carros para a Europa: assim que tiver um número de navios suficiente.
Fonte: revistaoeste