Sophia @princesinhamt
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Escassez de chuvas aumenta o risco de incêndios florestais

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Todo ano temos que relembrar os períodos das estiagens (marcado por menos chuvas), que ocorrem pelo planeta, conforme as suas características climáticas regionais e sazonais. É justamente nestes ciclos que há o maior número de ocorrências de focos de fogo.

Eles estão ligados diretamente ao período seco do ano hidrológico que é regido por situações regionais e sazonais. Desse modo, as ocorrências podem ser bastante variáveis, de acordo com os padrões de cada ano.

A alegação de que tais focos têm aumentado porque a cobertura vegetal tem diminuído não procede. Ocorre precisamente o oposto. A vegetação expandiu, como mostram os estudos realizados no últimos nove anos.

O rastreamento de dados é realizado por satélites para mapear o uso das terras não cobertas por água (ou emersas) no planeta inteiro. Os propósitos não são os mais altruístas — é exatamente o contrário. Na concepção dessa gente que tem predileção em dominar tudo e a controlar a todos através da ciência, a ideia foi mapear e registrar uma matriz de metadados conhecida como cobertura da terra (LC) e derivar um histórico em outras matrizes anuais denominadas de mudança da cobertura da terra (LCC).

A alegação de que tais focos têm aumentado porque a cobertura vegetal tem diminuído não procede.

Nestes termos, nos LCCs entrariam as variações ocorridas pelas forças naturais e pelos homens, colocando as duas com a mesma ponderação, o que já é um grande absurdo. Com isto, pretendiam realçar outra categoria que está bastante em voga: as “mudanças globais”, um primo próximo das “mudanças climáticas” — afinal, pela lógica deles, a primeira causa a segunda. Trata-se de mais uma forma de colocar os humanos como responsáveis de tudo o que ocorre no planeta.

A lógica tem uma premissa controversa quando afirma que a mudança da cobertura da terra (LCC) é a causa e o resultado da mudança ambiental global. Dentro desta ideia, tal mudança seria suficiente para alterar o balanço energético e os ciclos biogeoquímicos das terras emersas. Por sua vez, as supostas consequências afetariam ainda mais as “mudanças climáticas”, as características da superfície e a provisão de serviços ecossistêmicos.

Este é um assunto que ainda trataremos com mais detalhes porque teremos que mostrar os valores das áreas emersas da Terra e seus constituintes para poder montar a nossa crítica com o arcabouço teórico necessário. No que tange ao tema da cobertura vegetal e os focos de incêndios, dois pontos tornam-se interessantes de serem avaliados.

No primeiro ponto, o próprio ano hidrológico. Este é um ciclo anual marcado pelos totais pluviométricos (chuvas) de determinadas áreas ou regiões, onde diversos fatores climáticos pesam sobre os determinados lugares, tornando-os, ou mais universais, ou mais particulares. Isto já nos indica que teremos fatores de larga escala, como fenômenos globais e outros regionais menores, como o posicionamento de brisas, condições de relevo etc.

O fogo em alta floresta, embora possa ocorrer, é mais raro, pois requer estiagens intensas naquele ano específico.

De forma mais genérica, os verões do hemisfério Norte são mais secos, apresentando poucas chuvas, muita insolação e temperaturas mais altas. O quadro resultante é de baixa umidade, tempo seco e alta insolação, elementos típicos da situação sazonal de estiagem (e não de seca, que recebe outra definição). São nestes períodos em que temos as maiores ocorrências de focos de fogos em matas boreais.

No hemisfério Sul, diversas áreas, desde as tropicais até as de latitudes médias, com suas características regionais, apresentam também sua fase de estiagem do ano hidrológico no inverno, em especial na saída dele, no final de agosto para setembro, como passamos agora (região Sul, Sudeste, Centro-Oeste e algumas áreas da região Norte são as mais atingidas). Este é o período que temos também a maior ocorrência de focos de incêndios naturais, geralmente nas áreas mais secas de cerrados.

Na área tropical da floresta, a maior parte dos focos ocorre em áreas já abertas, quando há a limpeza de campos para a agricultura. É uma prática agrícola rudimentar realizada por agricultores mais humildes, portanto, tem hora para começar e terminar. O fogo em alta floresta, embora possa ocorrer, é mais raro, pois requer estiagens intensas naquele ano específico.

O segundo ponto que verificamos do trabalho de monitoramento das variáveis de cobertura da terra (LC) e de mudança da cobertura da terra (LCC) é que as áreas de vegetação aumentaram de 1982 a 2016. Ou seja: temos mais vegetação, tanto natural quanto plantada, incluindo áreas agrícolas. Os estudos referem-se aos levantamentos realizados pelo GLASS – Global Land Surface Satellite (Satélite Global de Superfície Terrestre). Foram verificados por Liu e outros na Earth System Science Data (Dados Científicos do Sistema Terrestre), e confirmados por Xiao-Peng e outros na Nature, Zhu e Canadell, na A Nature Climate Change e na mais antiga, CSIRO – Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (Organização de Pesquisa Científica e Industrial de Patrimônio Comum) e Australian National University – ANU. As publicações datam desde 2013 a 2017. Assim, já sabemos disso há pelo menos dez anos. Isto derruba por terra que há mais focos de incêndios em matas porque temos menor cobertura vegetal.

Mas o que traria uma abundância no mundo vegetal? Provavelmente a fertilização por carbono que está disponível na atmosfera. Vejamos que a ínfima elevação dos níveis de CO2 de 0,033% do período frio do século XIX para algo entre 0,035 a 0,038% (alguns gostam de alardear 0,040%) trouxe benefícios para a vegetação mundial, pois passamos pela época onde sua concentração na atmosfera ainda é uma das mais baixas da história do planeta. E claramente as suas fontes são naturais, como já discutimos em artigos anteriores, quando também evidenciamos que a ínfima elevação das temperaturas seculares é que fez aumentar a liberação do CO2 na atmosfera, especialmente dos oceanos (e não o contrário).

Vejamos bem, pois o mais importante e marcante é que, segundo a hipótese dos ambientalistas-cientistas, se a vegetação controla o clima, como alegam IPCC e caterva, como ainda estamos a viver em uma “emergência climática” se a vegetação natural e plantada aumentou desde 1982, no mesmo decorrer onde a bizarra “temperatura do ar global média” também aumentou? Esta conversa também caiu por terra. Só este fato dá xeque-mate na argumentação de que plantar ou preservar árvores “melhoram” o clima do planeta, tornando isto outra bizarrice abstrata sem precedentes.

Assim, vimos claramente que os períodos de estiagem ocorrem todos os anos por praticamente todo o planeta e é neste tempo em que temos as maiores ocorrências de focos de incêndios nas matas. Estes fogos fazem parte dos ciclos de renovação da natureza, tendo a sua maior origem a natural. Vimos também que a vegetação aumentou significativamente nos últimos 35 anos e que, se era a vegetação a suposta controladora do clima global que nos daria a tal estabilidade do clima, a tal “emergência climática” foi devidamente desmascarada, mais uma vez… de novo…

Fonte: revistaoeste

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