O governo francês vai gastar € 200 milhões (mais de R$ 1 bilhão) para “destruir” o excedente de vinho do país. O objetivo da ação é estabilizar os preços, pois os produtores enfrentam dificuldades com o desbalanceamento entre a produção e o consumo.
O ministro da Agricultura da Agricultura da França, Marc Fesneau, divulgou que o fundo inicial seria de € 160 milhões da União Europeia para eliminar a produção “parada” de vinhos, mas o governo francês aumentou para € 200 milhões.
A maior parte da quantia será utilizada para comprar o estoque excedente, com o álcool sendo vendido para utilização em artigos como desinfetantes para as mãos, produtos de limpeza e perfumes.
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O principal objetivo do governo francês é evitar uma queda drástica nos preços, dando “fôlego” para que os produtores de vinho recuperem fontes de renda.
Entretanto, o ministro francês ressalta a importância de os produtores e a indústria se adaptarem às mudanças nos hábitos dos consumidores para garantir sua resiliência.
O setor de vinhos da França já vinha sofrendo, sobretudo depois da pandemia de covid-19. Segundo dados da emissora britânica BBC, a queda da demanda por vinho se deu à medida que mais pessoas procuram consumir cerveja artesanal.
Recentemente, o aumento nos preços de alimentos e combustíveis, impulsionado pela crise global de energia e eventos geopolíticos, também influenciou a decisão dos compradores de reduzirem gastos em itens não essenciais, como o vinho.
Recursos para reutilização da superprodução também serão fornecidos, auxiliando os viticultores a mudarem para outros produtos, como azeitonas.
De acordo com informações da BBC, os dados da Comissão Europeia do primeiro semestre mostram que o consumo de vinho caiu:
- Itália — 7%;
- Espanha — 10%;
- França — 15%;
- Alemanha — 22%; e
- Portugal — 34%.
Já no bloco da União Europeia, a produção de vinho cresceu 4%.
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Fonte: revistaoeste