As principais fabricantes de veículos do Brasil se uniram contra a prorrogação dos subsídios da Stellantis e de outras montadoras instaladas no Nordeste e no Centro-Oeste.
A Stellantis é a dona das marcas Peugeot, Fiat, Jeep e Citroën. Principal alvo dos protestos das outras montadoras, a Stellantis têm cerca de R$ 5 bilhões por ano em créditos de impostos, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
Os subsídios da Stellantis
Por causa dos subsídios, veículos da Stellantis saem até 20% mais baratos na comercialização. O valor é equivalente a quase 12% dos R$ 40 bilhões que a reforma tributária propõe para o fundo regional de desenvolvimento que será distribuido para os Estados.
O benefício que dá subsídios à Stellantis foi criado no fim da década de 1990 e deveria ter acabado em 2010. Mas foi prorrogado duas vezes — uma delas para incluir a Jeep, que abriu sua fábrica em Goiana, no Pernambuco, em 2015.
Por ora, os subsídios da Stellantis têm previsão para acabar em 2025. O grupo tenta aumentar o prazo para 2032, por meio da reforma tributária. A renovação do benefício já foi rejeitada pelo Congresso, mas deve voltar ao texto com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Hoje, a competição já é totalmente desproporcional e desleal”, disse um executivo, que não teve a identidade revelada, ao Estadão. “Porque uma única empresa fica com quase todo o benefício.”
A fabricante de autopeças Moura, de Pernambuco, também é beneficiada pelo programa. As montadoras Caoa/Chery e HPE/Mitsubishi, de Goiás, também recebem o benefício, embora em condições mais modestas.
O volume acumulado de subsídios às empresas automobilísticas do Nordeste ultrapassou R$ 50 bilhões desde 2010, de acordo com uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).
Fonte: revistaoeste