Diz-se que o comprador de sedãs é um dos mais conservadores do mercado. Sem ceder aos apelos de modernismos e resistindo aos SUVs, que já representam 46,5% dos automóveis vendidos, os donos de sedãs resistem. Mas estão cada vez em menor número. Mas sedãs seminovos podem representar um bom negócio.
Entenda o que acontece com os sedãs e saiba quais são os modelos seminovos que valem a pena
Desde que a indústria automobilística brasileira surgiu, no final dos anos 1950, boa parte da história vem sendo contada pelos sedãs. Pela ordem cronológica Aero-Willys, Galaxie, Opala, Chevette, Corcel, Del Rey, Monza e Santana foram os pioneiros.
Mais recentemente, vieram o VW Voyage, Fiat Siena, O Ford Fiesta Sedan, o Chevrolet Prisma, o Honda Civic e o Toyota Corolla.
No mercado brasileiro, os cupês, as station wagons (peruas) e a minivans praticamente desaparecerem com o surgimento dos utilitários-esportivos (SUVs). Ao que tudo indica, os sedãs podem ter o mesmo destino no médio prazo, ficando relegados ao esquecimento. Caso isso aconteça, só restarão três segmentos: hatches, picapes e SUVs.
Esse desinteresse pelos sedãs refletido nas vendas de carros 0km pressupõe que o mesmo movimento se repita entre os seminovos. A Mobiauto, plataforma de compra e venda de automóveis novos e usados, produziu um levantamento preciso relativo ao mercado de sedãs seminovos no País.
Nessa pesquisa, coordenada pelo economista Sant de Castro Jr., que é consultor automotivo e CEO da empresa, foram apuradas as cotações dos principais sedãs do mercado nacional. Os modelos analisados foram:
- Audi A3 Sedan
- BMW 320i
- Caoa Chery Arrizo5 e Arrizo6
- Chevrolet Onix Plus e Cruze
- Fiat Cronos e Grand Siena
- Ford Ka Sedan
- Honda Civic e City
- Hyundai HB20S
- Kia Cerato
- Nissan Versa e Versa V-Drive
- Renault Logan
- Toyota Corolla e Yaris Sedan
- VW Virtus, Jetta e Voyage
Somando-se as versões desses seminovos, a pesquisa analisou preços de 135 veículos (anos/modelos 2021 e 2022), sempre comparando a média de cotações do 1º semestre de 2022 com igual período deste ano.
Segmento dominado em tempos passados por montadoras tradicionais no mercado nacional, como Fiat, Ford, GM e Volkswagen, além das marcas japonesas Toyota e Honda, os sedãs não viram novas marcas assumirem o protagonismo dos melhores negócios.
Quem manda nos sedãs seminovos é a GM. Dos dez modelos mais bem ranqueados, a Chevrolet abocanhou três posições, com destaque também para a Fiat e a Hyundai com dois modelos cada uma. Ford, Toyota e VW fecham a lista dos dez melhores.
De toda a pesquisa, o modelo mais valorizado foi Chevrolet Onix Plus LTZ Turbo 2022, que teve alta de 2,04% no preço de 2022 para 2023.
“Se você considerar que a depreciação média do mercado brasileiro para carros seminovos é de 5% ou 6%, nós encontraremos cerca de metade dos sedãs abaixo desse patamar. Ou seja, apesar de o segmento estar despertando pouco interesse nos compradores de 0km, o segmento de seminovos continua aquecido”, afirma Castro Jr.
O executivo vai além: “Maior prova disso é que, além do Onix Plus, os dois Fiat Grand Siena pesquisados conseguiram ganhar preço no último ano. E é um carro fora de linha. Quer maior prova de como esse segmento está aquecido?“, indaga.
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Chama a atenção, também, na análise de versões que mais ganharam preços neste último ano, a predominância do Hyundai HB20S, talvez o único novo modelo desse segmento nas últimas décadas que conseguiu se estabelecer.
“O resultado é transparente: dos dez mais, o modelo da marca sul-coreana fecha a nona e a décima posições. E o melhor: com versões de motor 1.0 e 1.6. Na prática, ele é muito bem cotado”, ressalta Castro Jr.
Os piores negócios
Já na lista dos dez piores, nota-se a presença insistente do VW Voyage. Ele tem três versões entre os dez piores, o que é bem sintomático. Pelo fato de a descontinuação ser recente, em fevereiro de 2023, o modelo está sob o conhecido efeito do carro que acabou de se despedir das linhas de produção – o que geralmente provoca uma corrida dos proprietários para colocar seus veículos à venda.
E excesso de oferta derruba preços. “Se observarmos o que houve com o Grand Siena, que se despediu em dezembro de 2021, e hoje já está muitíssimo bem cotado, arrisco a dizer que esse poderá ser o futuro do sedã da VW. Mas fica claro que, agora, não é hora de vendê-lo. Mas pode ser hora de comprá-lo”, afirma o executivo.
Confira os dez sedãs com piores desempenhos no mercado:
Fonte: garagem360.com.br