O diretor do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) Luiz Augusto Quintas foi preso em casa, na zona sul de São Paulo, nesta quarta-feira (21). Segundo investigação da Polícia Civil, ele comandava uma organização criminosa usando o sistema de dados do órgão em benefício próprio e do grupo que liderava.
Na casa do diretor, os agentes aprenderam R$ 100 mil em dinheiro e diversas armas com munição. Entre os crimes que o diretor é acusado estão lavagem de dinheiro, favorecimento pessoal, ocultação de valores e inserção de dados falsos no sistema de órgão público.
Na operação, outras quatro pessoas foram detidas – três donos de escritório de despachantes e um policial militar na ativa, que tinha a função de captar clientes para o esquema criminoso.
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Além das prisões, a polícia cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, um deles, na sede do Detran em São Paulo.
Entenda como agia a quadrilha que anulava multas do Detran-SP
A quadrilha que anulava multas no Detran-SP é suspeita de ter desviado milhões de reais dos cofres públicos do Estado de São Paulo em um esquema de multas de trânsito. O grupo conseguia as senhas e invadia o sistema do Detran-SP para apagar o registro das infrações.
Para prestar esse serviço, cobrava um valor dos donos dos veículos, que tinham suas dívidas zeradas.
Segundo a polícia, o prejuízo causado pela quadrilha soma cerca de R$ 180 milhões. No entanto, o Detran-SP diz ainda não ter o cálculo. O órgão informou, ainda, que em nenhum momento os pontos na carteira dos motoristas foram zerados e que está realizando, em conjunto com os investigadores, um levantamento para determinar o valor exato do que foi desviado.
A investigação apontou que uma despachante pagava mensalidade para ter uma “senha master”, dada apenas a servidores públicos que ocupam cargos importantes na instituição.
A investigação começou há quatro meses, quando um funcionário do Detran-SP foi procurado pela quadrilha. Uma mulher ofereceu dinheiro para que ele entregasse uma senha de acesso ao sistema de multas. Antes do encontro, em uma lanchonete no Centro de São Paulo, o servidor avisou o Detran-SP e a Polícia Civil, que prendeu a mulher em flagrante, por corrupção.
Ao analisar o celular da suspeita, os investigadores verificaram que, em apenas um dia, 580 multas foram apagadas do sistema do Detran-SP, que disse já ter identificado os motoristas.
Como funciona a fraude da máfia das multas
Veja o resumo de como funcionava o esquema da quadrilha que anulava multas no Detran-SP:
- Motorista infrator que não quer pagar a multa de trânsito procura um despachante do esquema:
- O despachante oferece o serviço chamado de “quebra da multa”;
- Uma taxa de 20% sobre o valor da infração é cobrada;
- Parte do dinheiro fica com o despachante e outra parte vai para o chefe da quadrilha.
Juan Sanchez, diretor de Fiscalização do Detran-SP, afirmou que o departamento irá recolocar todas as multas que foram retiradas de maneira fraudulenta do prontuário do veículo.
“Eles terão grandes aborrecimentos, em primeiro lugar. Com esse bloqueio o veiculo automaticamente perde a condição de ser vendido, ele não pode ser licenciado e, portanto, não pode pode circular e na medida que não pode circular, se ele for flagrado numa fiscalização ele será removido para um pátio”, disse Sanchez, em entrevista ao SPTV, da Rede Globo.
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Com informações da Band e do portal G1.
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