Com a ascensão dos carros elétricos, o Brasil está se inserindo no mercado com a exportação do “lítio verde”. A extração do elemento químico está movimentando o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
O mercado de carros elétricos pode chegar a 50 milhões de unidades em 2030, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, publicada na quinta-feira 27.
O Vale do Jequitinhonha se destaca no mercado não apenas pela abundância de lítio, mas por fazer uma produção mais sustentável — em comparação com as fabricantes de outros países.
Por isso, o lítio é chamado de “lítio verde” por lá. A empresa a Sigma Lithium, criada no Brasil e registrada no Canadá, iniciou as operações comerciais nas cidades de Araçuaí e Itinga, com investimentos de R$ 3 bilhões, em abril.
A movimentação do “lítio verde” Vale do Jequitinhonha
A região mineira concentra 85% do lítio identificado no Brasil e é conhecida como “Vale de Lítio”, uma área que envolve 14 municípios. A Sigma se prepara para fazer um novo aporte, de R$ 400 milhões, para ampliar a produção. A empresa também passou a integrar a Bolsa de Valores do Brasil (B3) nesta semana.
Há ainda mais três grandes mineradoras internacionais de lítio se instalando no Vale de Jequitinhonha: a norte-americana Atlas, a canadense Lithium Ionic e a australiana Latin Resources.
As empresas internacionais se propõem a fazer produção sustentável. Há ainda a australiana Si6 Metals, que adquiriu 50% da Foxfire neste mês.
A Foxfire já atua com mineração na Região do Vale do Jequitinhonha. Há ainda as conhecidas Rio Tinto e Vale avaliando projetos na região. A Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e a AMG Brasil, que já atuam na mineração de lítio em Minas Gerais, também têm programas para ampliar o escopo e disputar no mercado de baterias automotivas.
“O Ministério de Minas e Energia calcula que a produção de lítio e seus derivados pode receber investimentos de cerca de R$ 15 bilhões até 2030 apenas no Vale do Jequitinhonha”, diz a reportagem.
O Brasil produziu 2,2 mil toneladas de lítio em 2022, valor que representa 1,7% da produção mundial. Dois países concentram 76% da produção: a Austrália (46%) e o Chile (30%).
Fonte: revistaoeste