O grupo terrorista Talibã determinou o fim dos salões de beleza no Afeganistão. A BBC News Brasil divulgou a informação na segunda-feira 24.
A estimativa é que a medida do grupo fundamentalista islâmico acabe com cerca de 60 mil empregos no Afeganistão. O Talibã comanda o país há dois anos: no início, permitiu a continuação das operações dos salões de beleza, mas mudou de ideia.
A nova proibição restringe não apenas o bem-estar físico e estético das mulheres afegãs, mas também sua vida social. Hoje, as mulheres já não podem ir a parques, salas de aula nem academias.
Mulheres lamentam a ordem do Talibã de fechamento dos salões de beleza no Afeganistão
As mulheres afegãs lamentaram a ordem do Talibã de fechar os salões de beleza no Afeganistão. Uma delas é Zarmina, nome fictício usado por uma entrevistada para não ser identificada pelo grupo terrorista. “A dona levou um grande susto e começou a chorar”, disse Zarmina. “O salão é o ganha-pão da família”.
Zanita disse que “não conseguia nem olhar para o espelho, enquanto minha sobrancelha estava sendo feita. Todo mundo estava chorando. Houve um silêncio”.
Leia mais: “O silêncio sobre a guerra do Talibã contra as mulheres”, artigo de Brendan O’Neill, da Spiked, publicado na Edição 147 da Revista Oeste
Ela é mãe de dois filhos e vive na cidade de Candaar, no sul do Afeganistão. O líder supremo do Talibã também vive na cidade.
Zarmina disse que é comum os homens proibirem suas mulheres e filhas de usarem maquiagem ou fazerem procedimentos estéticos em Candaar. A maioria das mulheres tem de se cobrir com a burca ou o hijab. “Aceitamos isso como parte da nossa cultura”, explica.
A afegã se casou aos 16 anos. Ir ao salão de beleza é um dos poucos momentos em que ela se sentia livre. “Não tinha permissão para sair de casa sozinha, mas convenci meu marido e consegui ir ao salão de beleza duas ou três vezes por ano.”
Ela ia ao salão com sua vizinha. Ali fez amizade com uma das funcionárias do empreendimento feminino. Zarmina também contou que, desde que os Estados Unidos retiraram suas tropas do Afeganistão, em 2021, as mulheres só falam em “desemprego, discriminação e pobreza”.
“Talibã proíbe mulheres de trabalhar para ONGs no Afeganistão”
Fonte: revistaoeste