Podemos concordar que seria muito mais fácil fazer dieta comendo doces ou aquela porção de batata frita. Afinal de contas, mudar o hábito alimentar é algo bastante difícil, ainda mais na correria do dia a dia. E isso se torna ainda mais complicado de mudar quando descobrimos que na verdade a culpa disso tudo está dentro de nossas células. Bom, pelo menos é o que diz uma pesquisa recente da Universidade do Colorado.
De acordo com Joanne Cole, pesquisadora líder do estudo, a sua (ou nossa) vontade de comer um pedaço de chocolate no lugar de um talo de brócolis pode ter influência genética. Ela e seus colegas descobriram que, na verdade, parte da nossa predisposição a um gosto específico pode estar codificada no nosso DNA. Eles conseguiram identificar regiões no nosso genoma que estão ligadas ao gosto das pessoas por vegetais, frutas, carnes, peixes, etc.
Claro que a alimentação é também influenciada por uma série de fatores externos, como influências culturais, status socioeconômicos e até mesmo a presença de algumas doenças. Mas segundo Cole, entender qual o aspecto genético servido nesse prato pode ser pode ser de grande ajuda pessoas doenças relacionadas ao controle de ingestão de alimentos, como a diabetes, por exemplo.
Para isso, os pesquisadores utilizaram dados de mais ou menos 500.000 pessoas do biobanco do Reino Unido. Depois disso, eles pegaram variantes genéticas de regiões do nosso genoma e as escanearam, buscando associações entre características como gostos, hábitos alimentares e condições de saúde.
Das 814 regiões analisadas, pelo menos 481 podem estar ligadas a nossa percepção de sabores, por exemplo. Agora você sabe de onde vem a vontade por aquele hambúrguer na hora do almoço (para além da fome, claro).
“Os consumidores relatam o sabor como o principal fator que influencia a escolha dos alimentos, portanto, identificar como pessoas diferentes experimentam sabores diferentes pode ser a chave para a nutrição personalizada visando melhorar a alimentação saudável”, afirma Cole.
Fonte: abril