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Tecnologia

Return to Monkey Island é adventure bonito e nostálgico

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Return to Monkey Island é um jogo feito, logo de cara, para quem é fã de carteirinha da saga do pirata Guybrush e sua busca do tesouro na Ilha dos Macacos. Se esse é o seu caso, leitor, nem precisa pensar duas vezes em adquirir o game que a Devolver Digital lançou nesta segunda (19) para PC e Nintendo Switch.

O jogo acerta em cheio na nostalgia ao revisitar a ilha Sopapo para mostrar que fim levaram tantos personagens queridos que habitam as lembranças dos “PC Gamers” de décadas atrás. Mas não é só nostalgia: o genial diretor Ron Gilbert sabe trabalhar a passagem do tempo para criar uma história envolvente, bem humorada e sentimental, na medida certa, tudo pontuado por ótimos puzzles e situações bizarras. Exatamente o material de que são feitas as melhores obras do gênero.

Piadas, puzzles e reflexões

Return to Monkey Island consegue juntar uma quantidade elevada de piadas de piratas, puzzles de apontar e clicar e piadas com a própria franquia de um jeito adorável, ao mesmo tempo em que analisa o passar do tempo e seu efeito sobre as coisas que realmente importam: no jogo, uma nova geração de piratas singra os mares e Guybrush Threepwood é um pirata de meia-idade, frustrado por nunca ter desvendado o segredo da Ilha dos Macacos, apesar das muitas tentativas em sua juventude.

Decidido a resolver o enigma de uma vez por todas, Guybrush parte em uma caça ao tesouro e precisa vencer seu eterno adversário, o capitão zumbi LeChuck… e também os jovens Lordes Piratas, mais interessados na margem de lucro das incursões do que no romance ou outras histórias bacanas de pirataria. A trama tem todo um desenvolvimento de personagem, tanto para Guybrush, quanto para Elaine e o vilão LeChuck. Há muitas metáforas em Return to Monkey Island e nem todas são discretas.

A nostalgia que comentei no começo do texto bate com tudo quando o jogo visita locações fantásticas e queridas dos primeiros games e encontra personagens icônicos do passado, como a caveira demoníaca Murray. Os novos personagens também são brilhantes, mostrando que seus criadores não perderam a mão, apenas refinaram o talento com o passar dos anos.

Tudo isso (e mais os puzzles) ganha uma vida nova com o estilo de arte adotado em Return to Monkey Island. Obra de Rex Crowle – o mesmo de Tearaway, um dos mais bonitos jogos do PlayStation Vita – a arte deste novo Monkey Island é moderna, vibrante e dá ao jogo um tom quase de conto de fadas, como uma história que se desdobra conforme é contada.

Considerações

Return to Monkey Island se leva mais a sério do que seus antecessores, mas não por ser um jogo sombrio nem nada do tipo: ainda é uma aventura leve e cheia de piadas sobre piratas em busca de um tesouro que nem eles sabem o que é.  Mas é também a análise de um criador sobre a obra que definiu sua carreira quando ainda era jovem – e sobre como o passar do tempo afetou seus personagens, o autor e, de certa forma, como afeta todos nós.

Em um gênero que voltou a crescer desde o lançamento do primeiro The Walking Dead dez anos atrás, é muito bom ver que um dos seus maiores nomes pode colocar novas ideias na mesa e ao mesmo tempo, relembrar toda a própria história.

Return to Monkey Island está disponível para PC e Nintendo Switch.

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