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Bolsonaro é considerado inelegível: veja o que a mídia internacional está comentando

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A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo período de oito anos, apoiada pela maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira, 30, foi destaque na imprensa internacional. A notícia repercutiu nos principais veículos de mídia que destacam a decisão da alta corte eleitoral brasileira. 

O jornal americano The New York Times ressaltou que a decisão foi um “um golpe significativo no movimento de extrema direita no país”. Além disso, de acordo com a reportagem, o veredicto “rompe a política” nacional, principalmente porque o ex-presidente foi responsável por puxar o movimento conservador brasileiro ainda mais para a direita.

O veículo descreve a retórica agressiva de Jair Bolsonaro contra seus adversários, e seu “ceticismo em relação à ciência, amor às armas e guerras culturais”. 

O também americano The Washington Post afirmou, contudo, que o julgamento pode galvanizar a base de apoiadores de Bolsonaro, principalmente nas redes sociais. Diversos bolsonaristas argumentam que ele é “vítima de um sistema judicial injusto” e comparam seu caso com o do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo o veículo, apesar de Bolsonaro alegar ser “rei da direita”, sua decisão de fugir para a Flórida no final do ano passado enfraqueceu sua posição no cenário político brasileiro. 

O jornal britânico The Guardian afirmou que o futuro de Bolsonaro “foi posto em dúvida” e que o político continua a “negar má conduta” sobre uma reunião com embaixadores 11 semanas antes do primeiro turno, quando fez comentários infundados contra o sistema eleitoral brasileiro. 

O jornal também colocou em destaque a reportagem de VEJA sobre os documentos encontrados no celular do ajudante de Bolsonaro, Mauro Cid, sobre um plano que tinha por objetivo reverter a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depor os juízes da Suprema Corte considerados hostis e nomear um “administrador” especial encarregado de restabelecer a ordem constitucional.

O Guardian acrescentou que os aliados de Bolsonaro já estão em busca de um substituto e pretendem “pintar o ex-presidente como vítima de um sistema corrupto”.

“Alguns suspeitam que a esposa de Bolsonaro, a ex-primeira-dama evangélica Michelle Bolsonaro, pode emergir como candidata presidencial na corrida de 2026, embora ela também tenha enfrentado o escrutínio da Polícia Federal por suspeita de irregularidades financeiras”, analisa o jornal. 

Na reportagem da BBC, a emissora britânica afirmou que a defesa de Bolsonaro foi falha por alegar que a reunião com embaixadores não foi grave. Seu discurso “ocorreu em meio a uma campanha presidencial polarizada”, justificou a BBC. Segundo a emissora, além disso, o então presidente “nunca reconheceu publicamente sua derrota”.

Não é o fim da história, segundo a agência de notícias Associated Press. Bolsonaro deve continuar exercendo algum poder político até as eleições de 2026, mesmo que ele seja considerado inelegível, disse a reportagem, ressaltando que mesmo assim a “hierarquia política de direita do Brasil” entraria em desordem. 

O jornal francês Le Monde concordou que a inelegibilidade de Bolsonaro abre uma batalha por sua sucessão dentro da extrema direita, embora sua defesa já tenha indicado que vai recorrer da decisão. Já a reportagem do Clarin, o maior veículo da Argentina, relembrou que o ex-presidente brasileiro tem mais 16 processos na Justiça Eleitoral e é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por fraude e tentativa de golpe em 8 de Janeiro. 

A agência de notícias Reuters também comentou a situação política brasileira. Segundo a reportagem, a decisão marca uma reviravolta impressionante para o ex-presidente, “um populista inflamado” que perdeu por pouco as eleições presidenciais. 

“A carreira política do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro estava em frangalhos nesta sexta-feira, quando o Tribunal Federal Eleitoral (TSE) proibiu o nacionalista de extrema direita de ocupar cargos públicos até 2030 por sua conduta durante a eleição do ano passado”, escreveu a Reuters.

Esta é a terceira vez que um presidente brasileiro fica inelegível.

Fonte: Veja

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