Luísa Sonza, de 24 anos, se pronunciou a respeito da acusação de racismo contra ela. A cantora pediu uma audiência amigável para acabar com ação de racismo aberta pela advogada Isabel Macedo de Jesus, em 2018.
Em uma publicação no Twitter, a cantora disse que tem acompanhado as manifestações após a divulgação sobre a acusação de racismo.
“Gente, eu estou acompanhando tudo e meu silêncio nesses dias não é porque não queria falar sobre o assunto, mas porque eu precisava desse tempo para refletir, conversar com as pessoas e entender melhor algumas questões que achei que dominava, mas me dei conta que não”, começou ela.
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Após o episódio de racismo, a artista disse que, até mesmo pessoas que consideradas aliadas do movimento negro, devem estudar mais, buscar por mais conhecimento e aprender a ter mais empatia.
“Estou lidando com essa situação como uma oportunidade para tentar ser melhor, como sempre tentei fazer todas as vezes que alguma coisa aconteceu comigo, publicamente ou não”, ressaltou.
Dessa forma, Luísa disse que busca uma audiência amigável com a autora para o posterior encerramento do caso. “Por isso, a minha decisão é solicitar uma audiência especial para resolver amigavelmente o processo, acatando o valor pedido pela autora”, afirmou.
Ela ainda destacou que o caso veio a público em 2020, quando foi aberto, e é um processo de danos morais. “Não estou respondendo por processo criminal, como foi divulgado, e não há nenhum outro em andamento”.
Anteontem, o apresentador Danilo Gentili, 42, sugeriu que a cantora tem sido protegida pelo que ele chamou de “influenciadores justiceiros sociais” no processo de racismo movido contra a artista pela advogada.
Por meio de seu perfil no Twitter, Gentili disse que Sonza “está sendo processada por racismo”, mas o assunto tem sido ignorado por “perfis de fofocas”. Conforme o humorista, quando ele ou outros comediantes fazem “piadinhas” essas mesmas páginas “não param de disparar assassinato de reputação em massa”.
“É sério Luísa Sonza que você pediu para uma negra que não conhece pegar água para você e foi processada por racismo, [mas] os influenciadores justiceiros sociais da sua agência estão caladinhos? Que coisa curiosa, não? Quando é comediante fazendo piadinha eles se mobilizam e descem o cacete”, escreveu.
Gentili diz que ele e outros colegas são “constantemente” alvos desses “influenciadores justiceiros sociais” por piadas feitas. Entretanto, no caso de Sonza, esses mesmos famosos, que não foram nomeados pelo humorista, têm ficado em silêncio.
Leia nota na íntegra:
“Gente, eu estou acompanhando tudo e meu silêncio nesses dias não é porque não queria falar sobre o assunto, mas porque eu precisava desse tempo para refletir, conversar com as pessoas e entender melhor algumas questões que achei que dominava, mas me dei conta que não.
Quero agradecer a vocês que, com razão, me cobraram, e dizer o quanto tudo isso foi importante para mim. Aprendi a ver, mais a fundo, a história por outra perspectiva e perceber a dor do outro. Me coloquei no lugar e entendi que precisa ser sempre assim.
Me dei conta de que todos, até mesmo pessoas como eu, que se reconhecem como aliadas à questões sociais, precisam sempre estudar mais e buscar por mais conhecimento e ainda mais empatia. Estou lidando com essa situação como uma oportunidade para tentar ser melhor, como sempre tentei fazer todas as vezes que alguma coisa aconteceu comigo, publicamente ou não.
Por isso, a minha decisão é solicitar uma audiência especial para resolver amigavelmente o processo, acatando o valor pedido pela autora.
Eu não tenho medo de colocar os meus privilégios, que reconheço que tenho, à disposição para chamar atenção para essas questões sociais e tentar diminuir qualquer tipo de discriminação.
Entenda o processo de racismo contra Sonza
A advogada Isabel Macedo de Jesus, do Rio de Janeiro, está processando a cantora Luísa Sonza por racismo e pedindo R$ 10 mil por danos morais, segundo o processo a que Splash teve acesso. A ação foi movida em 2018, mas só ganhou os noticiários em 2020.
Segundo Isabel, o episódio se deu em 22 de setembro de 2018, quando ela comemorava seu aniversário em uma pousada, na ilha de Fernando de Noronha —mesmo local em que Luísa Sonza se apresentava. A advogada estava numa mesa próxima ao palco e decidiu ir ao banheiro. Ao passar pela cantora, recebeu um tapa no braço e um pedido para entregar a ela um copo com água.
Isabel, então, pediu que a cantora repetisse o que havia dito e, segundo consta no processo, recebeu a mesma resposta: que levasse um copo de água à cantora, pois ela estava com sede. A advogada diz que tentou explicar a Luísa que era cliente do local, e não funcionária.
A advogada diz ter se sentido “humilhada” e que não recebeu atenção da agência da pousada. No dia seguinte, foi a uma delegacia e prestou queixa. Ela afirma ainda que foi destratada por uma policial civil. A agente teria dito que ela não era negra e, por isso, não havia sofrido injúria.
Na ocasião em que o processo veio à tona, Luísa negou as acusações, classificadas por ela como “mentirosas” e “absurdas”.
“Gente, tudo isso é mentira! Eu jamais teria esse tipo de atitude. Vocês me conhecem bem, sabem qual é meu caráter, minha índole. Eu jamais ofenderia outra pessoa por conta da cor da sua pele. Jamais! Essa acusação é absurda”, disse.
Por fim, quero esclarecer que esse caso veio a público em 2020, quando foi aberto, e é um processo de danos morais – não estou respondendo por processo criminal, como foi divulgado, e não há nenhum outro em andamento”.