O submarino modelo Titan, da fabricante norte-americana OceanGate, despertava havia anos receio por parte de integrantes da indústria subaquática. O submersível está desaparecido desde segunda-feira 19, quando partiu para uma expedição aos destroços do Titanic.
Os temores antigos em relação à produção da OceanGate foram revelados pelo jornal The New York Times na terça-feira 20. De acordo com a publicação, o Comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da Marine Technology Society foi responsável por relatório enviado ao presidente da empresa, Stockton Rush. O tom não foi nada elogioso.
“Abordagem experimental” e risco para gerar uma “catástrofe” foram algumas das palavras usadas pelo comitê na carta encaminhada a Rush. Fundador da fabricante, o executivo é, inclusive, um dos cinco tripulantes do submarino que desapareceu no Oceano Atlântico.
“Nossa apreensão é que a atual abordagem ‘experimental’ adotada pela OceanGgate possa chegar a resultados negativos (de menores a catastróficos) que teriam sérias consequências para todos na indústria”, afirmou o comitê, em trecho do relatório obtido pelo jornal The New York Times.
Ainda no sentido segurança do submarino Titan, o comitê sinalizou que a fabricante parecia não ter interesse em seguir normas da certificação de avaliação de risco marítimo identificadas pela sigla DNV-GV. “Seu material de marketing anuncia que o design do Titan atenderá ou excederá os padrões de segurança DNV-GL, mas não parece que a OceanGate tenha a intenção de seguir as regras da classe DNV-GL.”
Por fim, o Comitê de Veículos Subaquáticos Tripulados da Marine Technology Society chegou a registrar, ainda no relatório de cinco anos atrás, que a forma de promoção do Titan poderia ser considerada enganosa. “Viola um código de conduta profissional de todo o setor que todos nos esforçamos para defender.”
Até o momento, a direção da OceanGate não se manifestou a respeito da carta divulgada pelo The New York Times.
Submarino: com executivo da fabricante a bordo, catástrofe pode ter ocorrido
Cinco anos depois da carta enviada ao principal executivo da fabricante OceanGate, o submarino modelo Titan pode ter sido responsável por uma catástrofe. Desparecido desde segunda-feira, o veículo conta com poucas horas de oxigênio.
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Fonte: revistaoeste