Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, recebeu 37 acusações referentes a sete crimes federais no caso relacionado à retirada de documentos sigilosos da Casa Branca ao fim de seu mandato.
A informação foi confirmada pelo Departamento de Defesa dos EUA, que derrubou nesta sexta-feira, 9, o sigilo das acusações contra o republicano. Segundo os investigadores, Trump colocou em risco segredos de estado — entre eles um “plano de ataque” contra o Irã e informações sobre programas nucleares — ao armazenar os materiais em lugares como no banheiro, compartilhá-los com pessoas sem autorização e ordenar a um assessor que os escondessem da Justiça.
De acordo com as 49 páginas da denúncia, o ex-presidente americano vai responder por 31 acusações de violar a Lei de Espionagem com a “retenção proposital” de documentos, cada uma referente a um papel sigiloso que armazenava irregularmente. As outras seis são referentes à posse dos materiais, conspiração para obstrução de Justiça após se recusar a entregá-los mesmo após intimação judicial e por ter dito mentiras aos investigadores.
Cada uma das acusações por violar a Lei de Espionagem têm um tempo máximo de prisão de 10 anos — ou seja, um total de 310 anos. As outras acusações somadas podem render ao ex-presidente mais 90 anos de pena. Caso seja condenado, Trump poderá cumprir simultaneamente sentenças por diferentes acusações, então, ele poderá enfrentar até 20 anos de prisão por obstrução de Justiça, que tem a maior pena prevista entre os crimes apontados pelo Departamento de Justiça.
Em agosto de 2022, investigadores apreenderam cerca de 13 mil documentos em uma das casas de Donald Trump, em Mar-a-Lago, na Flórida. Cem deles estavam marcados como sigilosos. Um dos advogados de Trump já afirmou em outra ocasião que todos os papéis com marcas de sigilosos foram sido devolvidos ao governo.
O próprio Trump já defendeu a retenção dos documentos. Ele afirmou que, quando ainda era presidente, tirou o sigilo dos documentos. Mas o republicano nunca apresentou evidências de que realmente tirou o sigilo dos documentos.
O ex-presidente dos EUA já enfrenta acusações criminais em Nova York sobre seu papel em um pagamento clandestino a uma estrela de filmes pornográficos na véspera da eleição de 2016.
Fonte: Veja