Na primeira vez que advogados ucranianos e russos se encontraram na Corte Internacional de Justiça (CIJ) desde o início da guerra, a Ucrânia acusou a Rússia de ser um Estado terrorista. A audiência no órgão judiciário das Nações Unidas aconteceu nesta terça-feira, 6, e tratou do apoio de Moscou a separatistas pró-Rússia acusados de derrubar o voo MH17 da Malaysian Airlines em 2014.
O avião MH17 foi abatido por um míssil de fabricação russa em 17 de julho de 2014 no leste da Ucrânia, conhecido por seu posicionamento separatista. A tragédia matou todos os 298 passageiros e tripulantes. No tribunal, cerca de 16 juízes começaram a ouvir a alegação da Ucrânia de que Moscou violou um tratado antiterrorismo da ONU ao equipar e financiar as forças pró-Rússia responsáveis por derrubar o avião.
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Na mesma audiência, a Ucrânia também pediu ao tribunal que ordene a Rússia a suspender uma suposta discriminação contra o grupo étnico tártaro na Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014.
Durante a audiência, o embaixador ucranianoAnton Korynevych comentou sobre a destruição da barragem de Nova Kakhovka, que ocorreu horas antes em um território controlado pela Rússia na região de Kherson, no sul da Ucrânia. Para ele, o responsável pela explosão é a Rússia, mesmo que o Kremlin já tenha se posicionado afirmando que a destruição foi uma sabotagem ucraniana.
“A Rússia não pode nos derrotar no campo de batalha, então visa a infraestrutura civil para tentar nos congelar até a submissão”, disse Korynevych em audiências, aproveitando para afirmar que o governo tinha praticado “ações terroristas”.
Fonte: Veja