A vida é repleta de reviravoltas! Que o diga Armandinho, que recebeu o título de Doutor Honoris Causa aos 70 anos. Famoso por idealizar o trio elétrico com a guitarra baiana junto com Dodô e Osmar, ele foi reprovado no vestibular para música, quando era jovem. Imagina?
Agora a Universidade Federal da Bahia (Ufba) outorgou o título ao músico. Reparação? Talvez. Melhor falar em reconhecimento. Para o diretor da Escola de Música da UFBA, professor José Maurício Brandão, Armandinho Macedo foi reprovado porque a universidade “não soube reconhecer” a genialidade de Armandinho, na época.
Agora, Armandinho foi homenageado em uma grande cerimônia na UFBA. Aplaudidíssimo, o artista emocionou os presentes. “Sou músico, baiano, brasileiro, minha faculdade fiz nas ruas, recebo este título com emoção e júbilo”, disse. (vídeo abaixo)
Artista autodidata
A carreira nacional de Armandinho começou no final dos anos 1960, mas foi na década de 1970 com Dodô e Osmar que os três criaram o que virou febre: o trio elétrico. Uma mistura de estilos musicais contagiantes do país.
Caetano Veloso eternizou na composição “atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”. Daí para frente é só alegria.
Armandinho costuma dizer que tudo começou com o pai Osmar Macêdo, que tocava bandolim, que o preparou musicalmente. Segundo ele, foi o grande inspirador da vida dele. Simples nas definições, o artista disse que: “A música é o meu sustento em todos os sentidos”.
O cantor e compositor afirmou que, rapidamente, aos 10 anos, aprendeu os segredos do bandolim e daí para frente não parou mais.
“Eu não sou nada sem a música, sem poder tocar. Música é a única coisa que eu sei fazer”, disse.
Suavemente, Armandinho disse que o melhor é conseguir chegar, aos 70 anos, na ativa, fazendo música e shows pelo Brasil afora. “A música é um movimento para todos. Mouros, baiano, Vitória…”, brincou. “O baiano se vira nos 30, nos 40, nos 70”, completou.
Agora está determinado a deixar um legado sobre o que chama de “música trioeletrizante” promovendo cursos e ensinando a outros artistas o estilo. Tanto é que dedicou o prêmio também a estes músicos.
Pela universidade, o reconhecimento é absoluto. “A universidade é guardiã de memória e repositória de tradição”, afirmou o professor José Maurício Brandão, diretor da Escola de Música da UFAB.
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Título Doutor Honoris Causa
É o título mais importante concedido por uma universidade e depende de aprovação do Conselho Universitário. É o reconhecimento do “saber” sem a necessidade de ser submetido a exames e provas formais em instituições acadêmicas.
O título pode ser atribuído a personalidade eminente, nacional ou estrangeira, que tenha se destacado singularmente por sua contribuição à cultura, à educação ou à humanidade.
A UFAB também concedeu o título à Maria Bethânia, enquanto Ariano Suassuna e Raquel de Queiroz se tornaram Doutores Honoris Causa pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Assista ao vídeo de Armandinho, Doutor Honoris Causa:
Fonte: sonoticiaboa