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Presidente da Colômbia suspende acordo de cessar-fogo com dissidentes das Farc e intensifica operações militares no país

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, suspendeu nesta segunda-feira, 22, um acordo de cessar-fogo com rebeldes dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em quatro regiões do país, após o assassinato de jovens indígenas por insurgentes. Nomeado Estado-Maior Central (EMC-Farc), o grupo de esquerda se desvencilhou da composição original do movimento assim que um acordo de depor armas foi assinado entre o governo e a liderança rebelde, há sete anos.

Em um comunicado divulgado nas redes sociais, o presidente colombiano disse que “não há justificativa para esse tipo de crime” e que a decisão de romper parcialmente o Decreto 2.656, promulgado no ano passado, se dá pela “grave violação do Humanitário”. A decisão unilateral afeta os departamentos de Meta, Caquetá, Guaviare e Putumayo, principais regiões controladas pela organização ilegal.

Eleito no último ano, Petro teve como uma das principais propostas de campanha a “luta pela paz”. Com a suspensão do cessar-fogo, ações ofensivas poderão ser empregadas dentro de 72 horas. Acredita-se que o Estado-Maior Central seja integrado por cerca de 3.000 pessoas

A Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (Opiac) foi responsável por denunciar o crime ao governo. Quatro da etnia indígena Muruí teriam sido convocados à força pelos rebeldes do EMC-Farc e, em uma tentativa de fuga, teriam sido perseguidos e alvejados na cabeça por membros do grupo. Os jovens de idades entre 14 e 16 anos foram “massacrados na frente de sua comunidade”, de acordo com o defensor indígena Carlos Garay Martínez. 

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Os grupos étnicos indígenas são os mais afetados pelo conflito travado entre o Estado e rebeldes. Segundo a emissora britânica BBC, tanto o fogo cruzado quanto o sequestro da população local provocam a queda de nas quatro zonas dominadas pelos rebeldes.

Não é a primeira vez, no entanto, que o presidente colombiano interrompe uma trégua com organizações armadas ilegais. Em março deste ano, narcotraficantes do Clã do Golfo também entraram na mira do governo. O maior cartel do país havia assinado um acordo bilateral em janeiro, mas os ataques movidos contra a população local levaram ao fim da medida.

Fonte: Veja

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