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Vinicius Júnior é convocado por Lula para intermediar cobrança de medidas à embaixadora da Espanha.

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O Itamaraty vai convocar, nesta segunda-feira, 22, a embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios, para “cobrar medidas” após o novo caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid. Neste domingo 21, o atacante foi mais uma vez vítima de xingamentos racistas durante a partida de futebol entre o clube madrilenho e o Valencia.

A VEJA, fontes familiarizadas com o assunto disseram que a embaixadora foi chamada como forma de “manifestar nossa posição de repúdio” e “cobrar medidas”.

“Medidas são os espanhóis, autoridades esportivas e governamentais, que têm que tomar. Cada país tem seus mecanismos e sua legislação, o que queremos é que não fique impune”, disse um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores. “São vários episódios já.”

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Funcionários da assessoria especial da Presidência reforçaram que a reunião com Fernández-Palacios servirá para reforçar a posição de repúdio ao caso, “que não é isolado”.

“Na Espanha, as autoridades já foram notificadas, mas o que podemos fazer em solo brasileiro é só reforçar a posição e cobrar o governo espanhol para que medidas sejam tomadas“, afirmaram fontes no Planalto.

Convocações de embaixadores equivalem a uma forma de protesto.

Ainda no domingo 21, a embaixada espanhola no Brasil afirmou, pelo Twitter, que condenava “com veemência as manifestações e atitudes racistas”, expressou solidariedade ao jogador e disse que os ataques “de nenhuma maneira refletem as posições antirracistas da absoluta maioria da população espanhola.”

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O gesto brasileiro ocorre poucas semanas depois que Espanha e Brasil assinaram um acordo que prevê que seja dada atenção especial aos casos de racismo no esporte.

Até hoje, o racismo não foi tipificado no Código Penal da Espanha: figura como “delito de ódio”, e só depois o ato criminoso pode ser definido como “motivos racistas”.

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Na Espanha, a situação do combate ao racismo é alvo ainda de polêmicas. Em 2021, o partido de extrema direita VOX, aliado ao bolsonarismo, propôs que o termo “motivos racistas” fosse até mesmo retirado da definição do delito de ódio.

O VOX é também o partido dos herdeiros políticos do ditador espanhol Francisco Franco e que tem como seu eleitor o presidente da La Liga, Javier Tebas.

Fonte: Veja

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