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Política

Empresário tem contrato rescindido com SES após denunciar fraude de servidores da pasta

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O proprietário da Síntese Comercial Hospitalar Ltda., Frederico Aurélio Bispo, voltou à Câmara de Cuiabá nesta quinta-feira (11) para reforçar a denúncia contra membros da Secretaria de Saúde de Mato Grosso.

Na tribuna livre, ele afirmou que três mulheres com cargos estratégicos na pasta estariam atuando em favor de um cartel de empresas envolvido na prestação de serviços médicos em hospitais do Estado. Trata-se da secretária-adjunta de Saúde Kelluby de Oliveira; da secretaria-adjunta de Gestão Hospitalar, Caroline Dobes; e da diretora-geral do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, Cristiane de Oliveira Rodrigues.

O fato, inclusive, está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), através da Operação Espelho, que já conta com duas fases.

Aos vereadores, Frederico faz questão de detalhar a função de cada uma no suposto esquema fraudulento instalado na Secretaria de Saúde do Estado.

Segundo ele, a Kelluby, por exemplo, pagou na gestão mais de R$ 30 milhões, sem contrato e sem licitação, para empresas investigadas na Operação Espelho. Os pagamentos teriam ocorrido durante o período em que ela ficou à frente da pasta no ano passado, em substituição ao secretário titular Gilberto Figueiredo.

“Ela é uma mulher que tem indícios fortes de participação, de ligação direta com as empresas investigadas”, enfatizou.

Já Caroline Dobes teria avalizado os contratos e compras realizados junto às referidas empresas. “A mulher número dois é a secretária-adjunta de Gestão Hospitalar, que está no cargo há algum tempo, que é a Drª Caroline Dobes. Passam diretamente por ela esses contratos, essas compras, através de empresas sem licitação e qualquer transparência e publicidade”, completou.

Por fim, o empresário afirma que Cristiane completa o esquema direcionando todos com contratos referentes à ortopedia para a empresa Medtrauma.

“Ela que emitiu um documento fraudulento, ilegal, sem competência para aquilo, que direcionou 100% das cirurgias de ortopedia, tanto o ato cirúrgico quanto o fornecimento de material cirúrgico, para a empresa Medtrauma, que compõe o grupo Sanos, que, das nove empresas apontadas pela Operação Espelho, cinco compõem o grupo Sanos”, acusou.

A denúncia feita por Frederico, contudo, ocorreu depois que a Secretaria de Saúde rompeu o contrato que tinha com a empresa dele.

“O que ocorreu foi que tanto a Secretaria Estadual de Saúde quanto a Empresa Cuiabana emitiram documentos ilegais de suspensão do nosso fornecimento, sem qualquer previsão legal, porque não há motivação nem o devido processo legal para suspender os nossos serviços”, finalizou.

Essa denúncia já havia sido levada por ele ao presidente do Parlamento Municipal, vereador Chico 2000 (PL) na semana passada. O parlamentar recebeu os documentos apresentados pelo empresário e encaminhou a denúncia ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

O outro lado

No início da noite desta quinta-feira (11), a SES-MT divulgou uma nota respondendo às acusações. Confira o documento na íntegra:

“Sobre as afirmações feitas pelo representante da empresa Síntese Comercial Hospitalar, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) esclarece:

1 – O contrato com a empresa em questão não foi rescindido pelo Hospital Metropolitano ou pela SES. Houve mais de mil processos de pagamento emitidos pela Secretaria em nome da empresa entre 2019 e 2023;

2 – O Hospital Metropolitano suspendeu apenas o fornecimento para uma especialidade. A empresa seguiu prestando serviço e fornecendo materiais para todas as unidades hospitalares da SES;

3 – A empresa Síntese não era eficiente na entrega de materiais e, por essa razão, foi feita a adesão à ata da Medtrauma que, além dos serviços médicos, já englobava a oferta de órteses e próteses para uma especialidade do Hospital Metropolitano. A adesão à ata foi concretizada em outubro de 2022;

4 – A SES só foi notificada no dia 5 de maio de 2023 quanto à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que trata da adesão à ata e vai cumprir o que foi determinado pelo órgão de controle;

5 – Até outubro de 2022, a média de produção da ortopedia e traumatologia no Hospital Metropolitano era de 61 procedimentos cirúrgicos por mês. Após a substituição da empresa, a média mensal subiu para 290 cirurgias na referida especialidade.

6 – Todos os processos de pagamento da SES seguem o trâmite regular e são validados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE)”.

*Atualizada às 18h05, para incluir nota da SES-MT

Fonte: leiagora

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