Dona Déa Lúcia, a eterna personagem Dona Hermínia, eternizada pelo ator Paulo Gustavo, deu um show de sensibilidade e sabedoria esta semana. Aos 75 anos, a mãe do artista disse que o amor está acima de tudo, do preconceito e da dor.
Ela contou que sofre todos os dias, após a morte do filho, em maio de 2021, mas afirmou que a fé a segura e move. “Quando as pessoas me falam que eu tenho força, respondo que não tenho força. Eu tenho fé. A fé é que me ajuda a ficar em pé e no meu trabalho”, afirmou Déa Lúcia em entrevista.
A lição de vida foi dada durante o programa das atrizes Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme no podcast Quem Pode, Pod. O programa especial do Dia das Mães durou mais de uma hora e meia, quando Déa Lúcia abriu o coração e ensinou que “quem amam não julga, aceita e protege”.
Amor de mãe
Giovanna e Fernanda, no programa, perguntam como ela aceitou a homossexualidade do Paulo Gustavo. Ela disse que percebeu desde que ele era criança. Daí para frente foi tudo natural.
“A aceitação começa de casa, por amor”, disse Déa Lúcia. “Eu acho que se a gente ama, a gente protege”, afirmou. “Você nasce. Não é a convivência que ‘pega’ [homossexualidade]. Você nasce.”
A eterna Dona Hermínia disse que trabalhou como educadora em escolas públicas do Rio quando passou a proteger os estudantes homossexuais.
Segundo ela, como educadora também passou a incentivar a arte para quem amava cultura. “Sempre trabalhei com arte”, disse Déa Lúcia, que cantava à noite.
Fé que fortalece
Déa Lúcia afirmou que precisou de muita fé para seguir em frente após a morte do filho, em 2021. Ela confidenciou que não consegue manter seu alto-astral o tempo todo e que sempre sofrerá com a partida do Paulo Gustavo.
“O meu trabalho não é só no Luciano [Huck, no Domingão com Huck]. Mas o trabalho em casa, o fato de eu ir ao mercado. Sou a gestora da minha família, vejo meus netos”, disse Déa. “Eu sofro, estou aqui falando e rindo, mas sofro.”
E falou sobre uma mãe ter que enterrar o filho:
“Quem disse que a lei natural é o mais velho morrer? Não tem isso, não está escrito isso. É difícil. A maior perda é de uma mãe perder um filho. Mas quem disse que eu teria que ir na frente? Eu gostaria. Se perguntassem para mim: ‘ele ou a senhora?’. Eu, com certeza. Até porque, ele tinha uma alegria de viver. Outro dia eu ouvi uma frase assim: ‘você serviu de escada para o Paulo e agora ele serve de escada para você’”, desabafou.
Elogios ao genro
Dona Déa não poupou elogios ao falar de Thales Bretas, que se casou com Paulo em 2015 e juntos, são pais de Gael e Romeu.
“Meu genro é maravilhoso e a gente se dá muito bem”, afirmou a mãe do ator. “Não me meto na vida dele nem ele se mete na minha. As pessoas quando perguntam do Thales para mim, eu digo que me dou muito bem com ele. O único dia que vou brigar com ele, vai ser quando ele fizer alguma coisa contra os filhos. Mas ele é um pai maravilhoso. As crianças são apaixonadas pelo pai.”
Apoio foi fundamental
Segundo Déa Lúcia, Juliana, irmã de Paulo Gustavo, até hoje não se recuperou da morte do irmão.
“Juliana está acabada. Só quem consegue tirar ela de casa é o Marquinhos [ator Marcus Majella] por causa do trabalho. Eles eram muito unidos. Então, ficou o Marquinhos para segurar essa onda dela. Onde ele chama ela vai”, disse a mãe.
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Testamento
Déa Lúcia disse que desobedeceu o filho. Paulo Gustavo deixou um testamento, feito três anos antes de sua morte, que era um apartamento para os pais, com o desejo de que eles vendessem o imóvel para ganhar dinheiro.
A mãe do ator preferiu comprar a parte de Júlio Márcio, o ex-marido, e se mudou para o local.
“Ele deixou esse apartamento para mim e para o pai. Era pra gente vender e levar um dinheiro”, relatou ela.
Depois de negociar os direitos do documentário Filho da Mãe (2022) com a Prime Video, Déa conseguiu juntar a quantia necessária para comprar a outra parte do apartamento.
Assista à entrevista dela ao programa:
Fonte: sonoticiaboa