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Pelos poderes de Penélope: Política conservadora decreta retumbante derrota em batalha eleitoral.

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Quando era assistente de mágico, fazendo um extra para ajudar nos estudos, Penelope Mary Mordaunt sempre sofria pequenos cortes no número em que a beldade é presa numa caixa que o prestidigitador trespassa com espadas.

Desde sábado, a pose, a concentração e a graça com que segurou a espada cerimonial durante a longa coroação de Charles a transformou numa estrela das redes.

Penny Mordaunt foi chamada de “Pippa Middleton da coroação” por se transformar na coadjuvante que rouba a cena, como aconteceu no, casamento de Kate, com a sua de vestido justinho.

A roupa também favoreceu o tipo físico de Mordaunt, uma parlamentar do Partido Conservador que teve o papel importante na cerimônia de sábado por ser Lorde (não Lady) Presidente do Conselho Privado, um organismo que assessora o monarca, formado por políticos veteranos e especialistas em cerimonial.

Mordaunt, de 50 anos, usou um modelo da grife Safiya, feito sob medida na cor azul petróleo, com capa — um modismo que se disseminou em inúmeras cópias através de Kate, agora princesa de Gales, e de Meghan Markle, que usou um vestido preto parecido, de Stella McCartney,  no enterro da .

O vestido e a tiara do mesmo tinham bordados com samambaias douradas e todo mundo achou lindo e adequado, inclusive o ligeiro decote deixando entrever o busto farto. Detalhe: Penny chegou de sapatilha e só na última hora trocou-a pelo cintilante sapato de salto usado durante a cerimônia, um sinal de vulnerabilidade que chegou a ser comovente entre tantas princesas e montadas no saltão como se não tivessem pés humanos.

Ela disse que sua formação, na Marinha, a ajudou a manter a pose e ficar de pé longamente “sem desmaiar”. Além das flexões de braço que fez e dos ensaios com uma espada com o mesmo peso — 3,5 quilos — da arma cerimonial datada de 1831.

“Nunca, na história do Twitter, alguém do Partido Conservador recebeu tantos e tão unânimes elogios”, comentou o Telegraph.

O sucesso de Penny, que já tentou ser eleita líder do Partido Conservador e, assim, primeira-ministra, se revelou numa das mais britânicas das atividades: as casas de apostas. A chance dela de vir a substituir Rishi Sunak mudou imediatamente de 8/1 para 13/2. Passou assim a ocupar o segundo lugar, atrás da formidável Kemi Badenoch.

Tudo isso é especulação. Rishi Sunak foi eleito pelo partido e está fazendo o tipo de governo certinho, embora sem nenhuma inspiração, que não cria dramas nem guinadas como aconteceu com seus antecessores, a brevíssima Liz Truss, e o enroladíssimo Boris Johnson.

Curiosidade: depois de ganhar a eleição interna, Liz Truss colocou a rival na liderança da Câmara dos Comuns, uma posição menos importante na Grã-Bretanha, e no Conselho Privado justamente como uma espécie de geladeira.

Penny Mordaunt saiu desse armário político espetacularmente no sábado. E ainda fez a humilde. “Sei muito bem que nossas Forças Armadas, os agentes de polícia e outros marcharam durante horas como parte da cerimônia ou para manter nossa segurança. Em comparação a eles, meu papel foi bem fácil”, tuitou.

A parlamentar não é exatamente tímida. Ela já participou, de maiô vermelho, de um reality show de mergulhos, comandado pelo campeão olímpico Tim Daly. Num dos saltos, fez um movimento errado e caiu de barriga.

Aos quinze anos, perdeu a mãe, por câncer de mama, e assumiu a casa. Além do bico como assistente de mágico, trabalhou numa fábrica da Johnson & Johnson. É uma propaganda ambulante contra a dos oposicionistas de que o Partido Conservador só tem riquinhos sem noção da realidade. Mas é também considerada um peso leve em questões fundamentais da economia — e o desastre de Liz Truss, que durou apenas 49 dias na chefia do governo, ainda está muito fresco na memória para se pensar em novas experiências.

Ou estava, até Penny Mordaunt pegar aquela espada e deixar a firme impressão de que, se alguém se metesse a besta naquele momento tão importante, ia rolar uma cena à la Game of Thrones.

Uma mulher forte, poderosa, bonita e segura de si inevitavelmente cria sua própria mágica. “Imaginem quantos políticos ficaram passados vendo aquilo na televisão?”, provocou a comentarista Eve Pollard.

Mordaunt também é ambiciosa — como não ser no mundo em que vive? 

E o cavalo que está passando à sua frente tem fôlego para mais do que um surto no Twitter e acabou?

Fonte: Veja

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