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Política

Fábio Garcia, prefeito de Cuiabá, se posiciona como defensor de Mauro Mendes contra o efeito Dante de Oliveira nas eleições de Mato Grosso.

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O ano é 2002 e o cenário é o seguinte: Dentro do PSDB, o então governador e ex-ministro Dante de Oliveira e pré-candidato ao Senado rompe politicamente com o então prefeito de Cuiabá, Roberto França, e opta por apoiar o então senador Antero Paes de Barros na disputa de governador. 

França, que gozava de ampla popularidade em Cuiabá, deixa o PSDB e indica a esposa, Iraci França, para ser vice-governadora na chapa encabeçada por Blairo Maggi (então PPS), apoiado oficialmente por o já falecido Jonas Pinheiro (então PFL), aliado da família Campos, ao Senado e extra-oficialmente Serys Slhessarenko (PT).

O resultado é uma derrota dupla para o PSDB, da qual a sigla nunca se recuperou em Mato Grosso: Blairo Maggi vence Antero Paes de Barros na disputa ao governo e Jonas e Serys ficam com as duas vagas do Senado em jogo, enquanto Dante amarga uma terceira colocação e viria a morrer antes de poder disputar outra eleição.

Este é o cenário que aliados de Mauro Mendes garantem que o governador quer evitar em 2026, quando deve ser candidato ao Senado. A chance de ser engolido politicamente por “colegas” do próprio partido e de fora que detenham a máquina pública de Cuiabá, maior colégio eleitoral de Mato Grosso, com objetivo de o enterrar como liderança política.

Um PFL dentro do União Brasil

Enquanto Mauro Mendes e seu grupo político chegaram em 2018 ao DEM (que se transformaria em União Brasil em 2022 após fusão com PSL),  com direito ao deputado federal Fábio Garcia receber de imediato a presidência da sigla, já havia um outro grupo desde 1985 no partido: A família Campos e seus aliados.

Apesar de deter o controle dos diretórios do União Brasil por estarem no controle partidário desde 2018, os Campos possuem ligações com militantes históricos do antigo PFL e DEM, bem como com as famílias tradicionais de MT, como os Baracat, Botelho e Pinheiro.

E atualmente, as prefeituras de Várzea Grande e Cuiabá são comandadas atualmente por aliados da família Campos. Kalil Baracat (MDB), prefeito de Várzea Grande, às vezes é chamado de filho pelo senador Jayme Campos (União), e Emanuel Pinheiro (MDB), parente do falecido Jonas Pinheiro, também é “da casa” dos Campos, além de ser desafeto pessoal e opositor de Mauro Mendes em Mato Grosso. 

Fábio, o escolhido

Dentro do União Brasil, controlado por Mauro Mendes, há dois pré-candidatos a prefeito de Cuiabá: o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, e o deputado federal Fábio Garcia. E, apesar do primeiro aparecer na dianteira nas primeiras pesquisas quantitativas feitas e do discurso público que a decisão de quem será o candidato do partido só será feita em 2024, a escolha do governador já foi feita e é por Fábio Garcia.

As ligações de Botelho com a família Campos e com o prefeito Emanuel Pinheiro incomodam Mauro Mendes. Se o presidente da ALMT se tornar prefeito de Cuiabá, Jayme Campos terá aliados de primeira hora tanto no comando da Prefeitura de Várzea Grande quanto na da Capital e isso é visto como perigo pelo governador, que teme um “efeito Dante de Oliveira”.

Já Fábio Garcia é da mais alta confiança de Mauro Mendes. Além de amigo pessoal de Mauro, ambos já trabalharam juntos politicamente. Garcia foi secretário Municipal de Governo na gestão Mendes à frente da Prefeitura de Cuiabá e reproduz do mesmo modelo político e de administração do governador. 

Por isso, além de ser tido como sucessor natural do governador, Fábio Garcia também seria a garantia de que a máquina pública de Cuiabá não será usada em um trabalho de desconstrução de Mauro Mendes em 2026.

Fonte: leiagora

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