Em meio a uma crise deflagrada pela disputa interna do controle de diretórios municipais e da Executiva Estadual do União Brasil, as bancadas federal e estadual, além do governador Mauro Mendes e outras lideranças do partido se reúnem, na noite desta quinta-feira (27), na sede estadual da agremiação, em Cuiabá.
Frente às alegações de que parte da sigla estaria se organizando sem levar em consideração a opinião dos demais correligionários, o até então presidente regional do partido, Fabio Garcia, afirmou que as definições já estavam previstas, há um ano, no estatuto nacional da sigla.
“Primeiro, o estatuto do partido nacional [foi] publicado em outubro de 2021. Dentro deste estatuto, há a previsão de que a eleição do diretório municipal deveria acontecer até março deste ano e a eleição do diretório estadual até abril deste ano. Portanto, que a data deveria ser até abril deste ano, isso é conhecido há um ano e seis meses pelo Estatuto Nacional do União Brasil”, defendou o parlamentar.
Por sua vez, conforme o deputado estadual Dilmar Dal Bosco, o grupo formado por ele e os demais parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Julio Campos, Sebastião Rezende e Eduardo Botelho, poderão sair da sigla, se não tiverem o espaço desejado, tanto nos diretórios quanto nas eleições de 2024.
“Se nós não fizermos parte do diretório ou não fizermos parte, principalmente, da decisão da provisória, que tem que ser um diretório, inclusive em Cuiabá, […] nós podemos ter dificuldade. E como que nós vamos estar dentro de um partido que [vai gerar] dificuldade para qualquer concorrência ou qualquer participação eleitoral?”, indagou Dal Bosco.
O encontro ocorreria na sexta-feira (28), mas acabou sendo adiantado devido a uma agenda do governador no interior. E a intenção é aproveitar para “lavar a roupa suja” antes da eleição da nova executiva estadual do União Brasil, prevista para ser realizada no domingo (30). O partido vive um momento de conflito interno, principalmente com relação à Prefeitura de Cuiabá e em razão da formação dos diretórios no interior do estado.
A eleição, no domingo, deve contar somente com a participação de 20 diretórios recém-formados pelos prefeitos do partido que podem ser candidatos à reeleição. A bronca é porque todos eles são ligados ao governador Mauro Mendes e não contemplam outros grupos políticos dentro do partido, como o da família Campos, os dos deputados estaduais Eduardo Botelho e Dilmar Dal’Bosco.
O deputado estadual Júlio Campos chegou a dar entrevista chamando a eleição da nova executiva de “tramoia”. Como pano de fundo da discussão, também há a eleição para a Prefeitura de Cuiabá, em 2024, que passa pela escolha por Fabio ou Botelho para ser o candidato.
Porém, como o grupo de Mendes tem ampla maioria, existe um grupo que ameaça uma debanda. Júlio chegou a falar, inclusive, que exigiria a liberação dos filiados, caso não houvesse uma maior flexibilidade por parte do grupo do governador no partido.
Fonte: leiagora